sexta-feira, 25 de julho de 2014

Pistantrofobia!


            Luz, ela ilumina, clareia e faz com que a gente possa ver o que está ao nosso redor, à expressão: - uma luz no fim do túnel, também quer dizer: uma ideia que anteriormente não tínhamos; uma saída para algum problema ou até mesmo o fim de um medo ou de uma angustia... A ideia de pecado original veio com a ilustração da história do surgimento do homem que para muitas pessoas está ligada ao sexo, quando na realidade antes de comer do fruto da arvore Adão não tinha o conhecimento do que era o bem ou do que era o mal, só passou a ver isso depois de comer justamente o fruto da ciência do “bem e do mal”, ou seja: passou a ter a capacidade de julgar.(Alegoricamente)

            Isso indica que somos agora capazes de julgar, ou, melhor dizendo: de discernir o que é bom e o que é ruim, agora imagine você ao comer um fruto, por exemplo: uma maça, e ao morder este fruto perceber que seu gosto está apodrecido e quem sabe até após morder você olhe e veja que há um bicho no interior da maça!

            Certamente esta experiência ruim fará com que você, tempos depois ao encontrar uma maça, sentirá aquele gosto estragado e lembrará do bicho da maça que você vira daquela vez.
           
            A pistantrofobia é o medo de ter relacionamentos com as pessoas devido às lembranças de experiências ruins do passado. A palavra vem do grego opistós; “atrás” com a palavra phobia; “medo”, ou seja: medo do passado, do que já viu anteriormente.

            Todos nós sabemos que cada uma das experiências em nossas vidas são únicas, vive-las em um dado momento também, certamente a alegria de uma mãe ao ter um filho pode não estar presente no momento que este filho começar a chorar demais, a pedir demais ou até mesmo ao aprontar demais, no entanto após um momento, o sentimento de amor pelo filho volta a dominar os sentidos da mãe e esta passa até por um certo remorso em sua reação.

            Tudo que em um dado momento nos faz mal fica gravado em nossa mente, isto é automático, provavelmente isso é o resultado da própria evolução de todos os seres, por isso em alguns casos o chamado mimetismo funciona com muita eficácia.

            Mimetismo é quando um ser se faz passar por outro, imitando aquela característica do outro ser, como uma falsa coral, e outros seres, por isso repelimos mais facilmente o ser que se parece com outro, pois se já tivemos experiências ruins,  com uma coral verdadeira, (simbolicamente  falando) uma falsa coral nos trará aquele sentimento de repudio sem distinguir bem quais são as diferenças.

            Nós, seres humanos temos mais de 60 mil pensamentos por dia, e é claro que entre tantos pensamentos, há o pensamento ruim, de algo que nos aconteceu de mal ou até mesmo que aconteceu de mal com outras pessoas, é isso todos os dias; ao ver as noticias, ao sair de casa, ao assistir um filme... É claro que tantos pensamentos assim todos os dias nos enlouqueceria se descemos a estes toda nossa atenção e empenho em julgá-los, em outras palavras: em discerni-los. Por isso é muito mais fácil esquecê-los, deixar de lado, como se fosse algo sem importância, porém quando algo nos atinge diretamente fica difícil esquecer ou até ignorar, como no caso de bater o carro em um determinado local, sempre ao passar pelo mesmo local a lembrança do que houve no passado vem à mente, mesmo que você tenha a necessidade de pensar em outra coisa naquele momento.

Mas por que nossa mente faz isso?

            Nosso instinto de proteção faz com que a necessidade de ter um discernimento prévio auxilie na obtenção de uma solução, para que mesmo que estejamos ocupados em outras tarefas, por instinto, o nosso corpo possa reagir sem a necessidade de elaborar pensamentos e obter deste a resposta, por isso, ao levar um susto, por exemplo, a nossa reação prévia geralmente é gritar, pois em disputa com outro ser desconhecido, (afinal sua mente não teve tempo de discernir qual ser é aquele, se este é realmente perigoso ou não) o grito é uma forma de revidar o outro ser, o assustando também. Assim o inesperado se vê diante de uma reação também inesperada por este, e com isso ganhamos alguns segundos para elaborar a melhor estratégia perante o fato (susto) ocorrido.

            No entanto, nem sempre o grito pode ser uma boa estratégia, na reação instintiva de recolher os membros do corpo podemos até nos machucar, devido a isso a mente “gosta” de armazenar tais experiências para que em outro momento a própria “mente” possa elaborar a melhor estratégia e uma nova forma de reagir.

            Bem, se nossa mente trabalha assim, então precisamos aprender a lhe dar com nossa própria natureza, portanto esquecer o que nos aconteceu de mal não é a melhor estratégia.

            Imagine se você tentar ignorar a imagem da maça vista acima, você não vai conseguir, pois afinal ela é visível, assim como os fatos que nos ocorre a cada dia, que já ocorreram, e isso lhe gerou um sentimento, assim como a memória sobre algo, a memória de um susto, por exemplo, ignorar ou não lançar a luz sobre o fato o corrido no passado pode acarretar em sentimentos de angustia e sem respostas para lhe dar com esses sentimentos a memória irá transformar isso em Medo.

            Ou seja:

            Sempre que houver outro fato semelhante ao susto, o medo será a sua única reação prévia e assim se seguirá toda vez que os fatos se repetirem de forma semelhante.

            Agora imagine que ao invés da lembrança de um susto que lhe gerou medo, você tenha a lembrança de um relacionamento que foi muito mal sucedido, independente de quem está certo ou errado, a angustia de um relacionamento ruim vai tomar conta de você, e se você não se propuser em raciocinar, ou seja: lançar luz sobre o fato, não conseguirá resolver esta angustia e tendo apenas o medo como resposta a sua reação pode ser de repudio, como a ideia de...: _ - Será que está maçã também ta estragada? Em outras palavras: _- Será que esta pessoa também me fará sofrer?

            Sabemos que nem toda maça vai ser igual aquela, mas sem resposta do nosso lado racional, nossas reações serão sempre de repudio e medo.

            A pistantrofobia pode ser vista como uma doença que aos poucos afeta todas as esferas de convivência dentro da sociedade, pois afinal todos nós estamos constantemente dividindo nossas relações com outras pessoas e como nem todas as relações são bem sucedidas o medo sempre está presente, aos poucos podemos achar que todos, (como cobras corais ou apenas semelhantes a esta) são iguais e todos de alguma forma irá nos magoar, entristecer, angustiar.

            A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para frente.

            Nós, seres humanos somos livres de sermos “seres função” (para entender melhor conheça meu livro: Só por Ele!) e isso nos trouxe a liberdade de raciocinar, porém a vivencia em sociedade nos trouxe de volta a necessidade de exercer uma função dentro do convívio social e pra isso empregamos quase todo nosso racional ao empenho de nossas funções dentro da sociedade, com isso vemos á cada dia surgir uma nova doença que de repente vira uma pandemia entre todos: depressão, doenças do sono, angustia... Com isso surge também aqueles que querem de alguma forma tirarem proveito da fraqueza que é viver em sociedade. As pessoas precisam de curas rápidas e eficazes e então o uso de remédios para combater estes males é cada vez mais constante, no entanto o que tem causado mais doenças entre todos não é apenas químico e sim a falta da própria compreensão de nossa natureza.

            Como na frase de Soren Kierkegaard precisamos sim olhar para trás, fazer uma boa releitura dos fatos que vivemos, mas não da maneira que muitos fazem buscando de alguma forma mostrar as suas próprias razões e sim saber lhe dar com a própria capacidade de raciocinar, como na próxima frase:

            A porta da felicidade abre só para o exterior; quem a força em sentido contrário acaba por fechá-la ainda mais.

            É preciso estar aberto em conhecer o outro, ter empatia pelo mesmo, o medo e a falta de confiança tem se tornado uma doença em toda sociedade. Cada vez mais as pessoas temem algo sem ao menos compreender o porquê deste temor!

            Sim é certo que nos angustiar nos assusta, só que é preciso rever bem em nossa mente e buscar elaborar melhor o que se vê. É preciso lançar luz para enxergar, pois mesmo que a luz se apague, o que quer que seja continuará ali.

            Imagine que você tenha uma caneta em suas mãos e por um momento de distração você perde caneta, num outro momento em que precisar da caneta não saberá onde ela está, pois você se distraiu com outros tantos milhares de pensamentos que você tem em todos os momentos, mas você sabe que a caneta existiu na sua mão, e ainda existe e está em algum lugar.

            Bem assim é com um problema que você tenha tido, uma angustia, uma mágoa, uma tristeza gerada por algum fato ou por alguém, é o bichinho da maçã que vai estar sempre ali, no entanto é preciso lembrar também que nem toda maça é podre e saber discernir uma maça de outra, uma cobra coral de uma falsa coral, pode lhe trazer o desejo de comer novamente uma boa maça, ou até mesmo distinguir entre aquela pessoa que é uma cobra ou aquela outra pessoa que pode até se parecer com uma cobra, mas no fundo esta pessoa só é alguém como você, que de tão cansada de magoas e angustias se faz de mal, mas vá devagar que você pode descobrir ai uma nova forma de ver o outro e a ti mesmo, como quem deu uma nova mordida e agora descobriu que pode se envergonhar de estar nu diante do outro, mas também pode se fechar e ter medo de ficar nu.

            Se fizer isso de se fechar, jamais aproveitará este sentimento de angustia para informar a você que existem outras possibilidades de escolha, como achar graça da vez que bateu com o carro e se tornar consciente da sua própria distração. E assim caminhar para o desejo de encontrar na pessoa do outro o amor que sempre desejou para com você mesmo.

Ame profunda e apaixonadamente.

Você pode sair ferido, mas essa é a única maneira de viver a vida completamente.



Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se.



            Pra poder receber amor é preciso largar o medo de amar!
Essa frase é minha mesmo!



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