quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Das Relações Humanas

Do individuo!

            Por volta de 1992 eu trabalhava de vendedor na Avenida São João, esquina com a Don José de Barros em São Paulo Capital, e de frente desta loja eu e outros vendedores pudemos acompanhar a vida de um casal de mendigos que sempre viviam por lá. Por cerca de dois anos seguidos vimos aquele casal que mesmo vivendo em um estado de extrema pobreza pareciam muito felizes um com o outro, até suas afeições eram muito semelhantes e estavam sempre sorrindo trocando caricias e se beijavam freqüentemente.
           
            Certo dia eles estavam sentados juntos com outros mendigos dividindo um marmitex e ele estava com o marmitex na mão dele e ela foi pegar uma coxa de frango e ele pegou primeiro, ela tentou puxar a mão dele para dar uma mordida e ele virou para o outro lado, ignorou-a, sem trocar uma palavra como se fosse um neandertal, ela triste baixou a cabeça, outro mendigo que estava ao lado ofereceu uma cocha de frango pra ela e ela voltou a sorrir e começaram a conversar daí em diante seu novo companheiro passou a ser o novo gentil cavalheiro que lhe ofereceu a coxa de frango!

           Na hora rimos da situação, mas depois a lembrança daquela cena que vimos foi nos deixando chocados com o que ocorreu. Por muito tempo após nós vimos ainda o novo casal juntos de mãos dadas e o outro que perdeu a namorada por um simples ato de egoísmo sozinho, solitário, andando nas ruas atrás de pontas de cigarros e de latinhas!


   
       Por muito tempo falamos sobre aquele fato ocorrido e pensamos sobre os valores das relações humanas.

            Pode parecer uma atitude até bizarra de quem vive em um estado de extrema pobreza, mas o que dizer de pessoas ricas que se separam por morarem em estados diferentes e por manterem seus negócios em outros lugares, ou preferem seguir a carreira profissional com o fim da relação, do que ter sua família?

            E o mais intrigante é que por anos eles conseguem manter a relação, terem filhos e em algum momento a situação profissional se torna mais importante do que toda relação amorosa, do fato de terem filhos juntos, de todos os laços familiares construídos...

Do Coletivo!

            Em 2006 eu descobri o famigerado Orkut, e fiquei maravilhado com a ideia de poder compartilhar idéias com pessoas distantes, ter a liberdade de falar sobre qualquer assunto, participar de discussões e criar comunidades, tópicos... Enfim era a recriação da Eclésia da Grécia antiga na era moderna. 

         O grande problema foi que em meio a tanta liberdade, com todos tão livres para criar comunidades, tópicos e tudo mais, todos procuravam validar somente seus argumentos e atitudes, todos lutando pela própria apresentação de seu grande e estimado ego, não havia um real interesse em busca de ideais que pudessem servir de base para sociedade como um todo, eu mesmo tentei debater idéias como a coleta seletiva do lixo com o tópico Atitude Colorida imaginando que a ideia pudesse ser debatida com interesse de todos, mas sempre aparecem aqueles que pra tentar se destacar ou sei lá porque, buscavam desvalidar uma ideia seja ela qual for, por um simples erro de ortografia, a falta de uma vírgula ou de um acento, eu chamava estes de “Caçadores de Pormenores”, pois estavam sempre querendo zombar dos erros dos outros  'por menores' que fossem estes erros,  outros sempre vinham com idéias de que tudo deve ser feito pelo governo...

            Parece que ninguém percebeu que ali estava uma grande ferramenta para ser usada na construção de uma nova forma de governar, que nada mais é, do que a tão fadada Democracia onde todo o poder emanaria do povo, ali tínhamos uma grande forma de moldar o poder, emanar o que o povo realmente deseja e precisa do trabalho dos governantes.

            Então, toda a discussão que era proposta para ser debatida, deixava de ser de interesse de todos e passava a ser uma disputa do ego de poucos.

        E parece que alguém notou isso!

            Que o desejo de todos era nada mais, nada menos, do que exibir o próprio ego e brilhantemente quem descobriu isso, deu a isso a cara que realmente tinha, até nomeou de “FACEBOOK” o livro da face de cada um, e com isso o Orkut como ferramenta para ser usada por todos caiu em desuso, para que cada um e individualmente tenham em suas mãos a sua própria ferramenta e usem como bem entendam!

            O Facebook é hoje usado por muitas pessoas como se fosse um imenso restaurante e todos de todas as classes podem entrar e exibir o que comem o que vestem o que fazem o que compram, onde trabalham, pra onde viajam... E como num restaurante cada um olha pra mesa do outro vê o prato que o outro come, como se veste e se porta e como num restaurante onde as pessoas vão para um encontro social, mas acabam mesmo cada um na sua mesa, com o seu prato e o seu ente convidado, entram, comem conversam um pouco olham os outros e por fim saem!

            E assim é a relação social que estamos vivendo hoje!

O Que Restou!

            Este ano de 2013 foi marcado pelo grande movimento social nas ruas.

            Mas o que é que todos queriam?

            Por fim o que restou mesmo foi: NADA!

            Temos um mundo novo para todos, cheio de possibilidades e ao mesmo tempo com um grande NADA se fazendo a cada momento, a cada dia.

            O modo que o ser humano está se relacionando com o mundo e consigo mesmo está deixando todos á beira de um grande abismo, estamos cada vez mais sensíveis aos fatos e invisíveis há querer causar uma mudança na ordem que a vida se move.

            Estamos todos distintos em si e indistintos aos outros, como no caso do nosso casal de mendigos que embora tivessem laços fortes de amor e companheirismo não havia uma distinção do que isso representaria em atitudes para manter essa união e bastou um simples ato para que tudo fosse desfeito.

            E assim as relações humanas acabam se perdendo em sentimentos que nos levam a ações de comoção coletiva ao mesmo tempo, nem ao menos sabemos o que queremos ou nos propomos a fazer em nós mesmos a mudança que queremos ver.

Copiar e Colar

            Konrad Zacharias Lorenz foi um cientista que em seus estudos tinha grande interesse na observação e no comportamento dos animais.

         Em sua pesquisa mais famosa ele incubou e observou o comportamento de gansos que assim que nasciam ao ter o primeiro contato com o primeiro ser que viam o seguiam e observavam seu comportamento. Os recém nascidos gancinhos ao sair do ovo adotaram o próprio Lorenz como sendo sua progenitora.

            Isso ocorre porque a natureza, não só dos gansos, mas de todos os seres, tem sua faze inicial de existência de modo simplificado, pois o ser precisa crescer e se adaptar ao meio em que vive, agir e interagir com o ambiente e de certa forma se harmonizar com as funções do seu próprio existir, então o que chamamos de instinto trata-se na realidade dos mecanismos naturais para que o ser ao longo de sua existência reconheça seu próprio ser, as funções que deve realizar para o desenvolvimento e manutenção do seu próprio existir e quais são as interações que devem ser reconhecidas com o mundo que o cerca. Assim a natureza não fornece ao gancinho como é a sua mamãe, apenas lhe diz que assim que ele sai do ovo a mamãe que passou o tempo todo chocando os ovos tem grandes possibilidades de estar lá no momento em que o gancinho sai do ovo, sendo assim o ser mais próximo é então a mamãe.
           
            Lorenz com a função de mamãe dos gancinhos passou a adaptá-los ao meio lhe mostrando o que os jovens gancinhos deveriam fazer para sua própria sobrevivência.

            Este estudo ganhou o nome de Etologia e mostra que somos seres copiadores e imitadores do meio em que vivemos.

            No geral este estudo se baseia em 5 princípios:

  1. O que causa?
Certamente as causas para o comportamento de cada um de nós estão diretamente ligadas ao comportamento de todos nós. Por isso ao ver uma pessoa que ao agir estupidamente parece gerar nos outros seres uma forma de prazer e satisfação, faz com que o comportamento estúpido seja imitado por todos. Geralmente isso acontece muito no comportamento escolar, onde as pessoas diante do mestre buscam defender sua ignorância com agressividade e o mestre por não revidar a atitude com o mesmo ímpeto acaba passando aos demais uma imagem de fraqueza.
Então para não sermos fracos imitamos a estupidez que em um primeiro momento nos trás certa vitalidade e empenhamos então nossas energias na agressão há aquele que representa fraqueza.

  1. Qual a função?
Obviamente a função disso é nos tornar forte imitando o comportamento do agressor. Por isso os mais estudiosos parecem ser os mais agredidos, já os mais estúpidos parecem cercados de amigos que sempre estão ali em função de observar o agressor, como a agressão acaba sendo regozijada por todos, a ênfase leva o ser a repetir este padrão de comportamento e neste caso, repetir isso nas redes sociais acabou destruindo a finalidade da própria razão do ser em estar em sociedade com seus semelhantes.

  1. Como se desenvolve?
Não nascemos com todas as funções de nossa própria personalidade, assim como os gancinhos que não estão cientes que eles são gansos, assumimos a personalidade do ser que está mais próximo, então desenvolvemos padrões de comportamento que embora seja um comportamento ruim não empenhamos nossa mente em distinguir já que a distinção traria ao ser a critica sobre o ser mais próximo e também sobre si mesmo.

  1. Como evolui?
Isso faz com que o ser passe a buscar evoluir os padrões de comportamento que em primeiro momento leva o ser a satisfação, portanto ao ver um aluno em estado de agressividade com o seu mestre e neste momento todos acham tal comportamento engraçado, imitar este padrão como imprinting (cunhar, carimbar) é de certa forma estar em um estagio evolutivo de maior satisfação, e este padrão de comportamento se repete nas redes sociais.
  1. E o quanto pode modificar!
Isso é visível principalmente aos pais que ao ver seus filhos em período escolar começa a perceber mudanças no padrão de comportamento e neste período se os pais simplesmente ignorarem ou não fornecer a sua prole a capacidade de senso critico sobre as mudanças que se vem notando, o comportamento que vem se cunhando passará a fazer parte do caráter de seus filhos.




Humanamente Relacionando

            As manifestações vividas no Brasil neste ano de 2013 é em suma um imenso compendio desta relação do nosso ser com o nosso próprio ser animal.

            Só aprendemos a ter certas relações humanas por uma necessidade de ter de trabalhar com o outro ser humano e nesta relação estamos sempre em estado de defesa do nosso ego, por ele ter se cunhado ao longo da vida sem um censo realmente humano,e por isso vemos pessoas reivindicando responsabilidades que por fim são suas próprias necessidades de serem honestos, de terem e agirem para o bem de sua própria saúde, de se sentirem seguras sem a necessidade de ter alguém fardado e armado, pronto para agir, em caso de algum de nós ultrapassarmos os limites do respeito ao próximo sem a obrigação de ser assim só pra garantir um bom sucesso profissional, precisamos mesmo é aprender a criticar, não o mundo a nossa volta, mas a criticar o nosso mundo interno, somos racionais e devíamos usar esta capacidade para olhar sobre nosso próprio agir e ver o quanto somos nós mesmos aquilo que não queremos ser.

            Mas por fim seguimos os passos dos outros que em primeiro momento são os primeiros passos que vemos, como gancinhos que acabaram de sair do ovo, seguimos as botas sem olhar para nossos próprios pés e vermos que o que realmente queremos ser, está em identificar em nós mesmos o nosso ser, se estamos sendo estúpidos com os outros buscar entender por que agimos assim?

            Que mal está em olhar para si mesmo e reconhecer a própria ignorância?

            Quando todos passarem a defender e a aplaudir e se alegrar com as ações realmente humanas no sentido de caráter do bem, em evolução real para termos mesmo um mundo melhor estaremos então manifestando em nós a mudança que queremos ver para com todos.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Espírito Santo! O que é? E onde ele está?


            Não se sabe ao certo a origem do chamado Espírito Santo, mas se associa a ideia chamada de santíssima trindade, que vem a ser o pai (Deus) o filho (Jesus) e o espírito santo. Existe entre o pai e o filho a ideia da figura humana, sendo o filho o ser que foi realmente humano, vivo e que existiu entre a humanidade, mas o espírito santo?
           
         Bem, pesquisando na internet não consegui encontrar algo realmente significativo para falar sobre o espírito santo além da ideia de “prosópon” que originalmente significava face ou mascara no teatro grego, eram mascaras usadas para enfatizar as expressões dos atores, bem como associar ao ator o seu papel, como por exemplo, um pescador deveria ter uma mascara que expresse seu oficio, assim como um pintor está associado ao pincel, um eletricista ao alicate... O espírito santo seria então a expressão divina de uma força maior.


            Mas que força é essa?

            Antes de falar diretamente sobre esta força quero falar um pouco de astronomia, há pouco menos de um século a humanidade descobriu que o universo esta em expansão, recentemente se descobriu que este movimento de expansão esta em um ritmo acelerado, ganhando velocidade a cada momento, em pesquisas recentes os físicos descobriram que esta força de expansão é de apenas 0,118 isto é: o numero 1 seguido de 18 números zeros depois da virgula! É um numero muito pequeno, incrivelmente pequeno.

            Agora, imagine que algo tão pequeno exerce uma força tão grande e ainda misteriosa no Universo qual força será que trás nossos pensamentos?

            Em uma grande rede de lojas há uma liquidação de começo de ano, no inicio do ano de 2006 eu resolvi participar da fila e ver se conseguia comprar algo que estivesse realmente mais em conta, durante a fila varias pessoas contavam histórias de suas participações anteriores e muita gente falava que tinha de ficar esperto e correr e tal... Foi quando uma moça me surpreendeu dizendo que tinha o propósito de comprar uma maquina de lavar roupas e que iria conseguir atingir seu objetivo custasse o que custasse e que passaria por cima de quem quiser pra conseguir o que queria!!!
            Bem fiquei um pouco horrorizado com aquilo. Pensei comigo:

- O que é que eu vim fazer aqui!

O momento de entrar na loja chegou, e eu entrei tranqüilo sem pânico, sem o desespero que me impuseram no lado de fora e consegui comprar uma impressora e uma hidro lavadora por um preço bem reduzido, mas sai também com a lição de que as pessoas acham no direito até de agredir pra alcançar seus objetivos! Infelizmente há pessoas que pensam assim.

Tanto que em 2007 um assaltante ao aproveitar que uma mulher estava retirando seu filho do veiculo ao roubar o carro e arrastou a criança por cerca de 7 quilômetros pelo lado de fora do veiculo ainda preso ao cinto, o caso ficou conhecido como caso João Hélio, nome da criança.

Isto me fez pensar no seguinte:

Imagine milhões de pessoas no mundo pensando:

- Eu passo por cima seja de quem for pra atingir meus objetivos!

Com certeza isso gera uma força, uma tensão, e essa tensão em algum momento vai encontrar um circuito, uma corrente ou condutor que irá descarregar todo este potencial de carga gerada em uma ação que por mais absurda que pareça foi gerada pela força de pensamentos de milhões de pessoas.

Você pode não concordar, mas esta é uma ação do espírito santo!

Bem!

Tirando toda mística misteriosa envolvida analisando apenas o que é espírito?

Etimologicamente a palavra espírito vem de sopro ou respiração, quando o ser morre e para de respirar se dizia então que se foi o espírito, também está ligado ao vigor, a coragem, ao intelecto e a personalidade, em suma podemos dizer que em tudo que é vivo há o espírito, portanto é regido por leis já que para tudo que é vivo certas faculdades são igualmente comuns, isto vem a resumir que há um espírito em comum para todos os seres e se a vida se estende para além de nosso pequeno planeta há então um espírito em comum para todo o Universo.

            Agora o que é ser santo?

            O termo Santo para os católicos são aqueles que foram convertidos e salvos por Jesus, também está associado à pureza, o ser limpo, sem culpa ou mácula, em algumas religiões prega-se o não julgar, a abnegação desta faculdade aproxima o ser da sua pureza. Embora isto seja de certa forma a negação da própria consciência, o não julgar é também a opção de não opinar e com isso o ser se coloca acima das fraquezas existenciais presentes o que pode realmente elevar o espírito, mas também o separa de compor a realidade do Universo presente.

            Agora juntando novamente as duas palavras “espírito e santo” podemos dizer que se trata da força que não se faz por si própria é a consciência inconsciente, é o espírito que não pertence a uma entidade como a rede de um pescador que embora o identifique como pescador, é um bem universal a todos os pescadores, portanto o espírito santo é o prosópon de toda entidade viva, como em: Deus. O Que É e Como Encontrar! http://reflexhuman.blogspot.com.br/2013/08/deus-o-que-e-e-como-encontrar.html Eu explico que cada ser desenvolve a sua natureza e não há julgamento sobre as escolhas que são feitas, se um ser evolui para ser um predador e assim aos poucos a cada geração lhes é acrescentada tal força, forma e preparo para tal e não há nisso mal nenhum perante a esta ferramenta universal da vida que é o espírito santo.

            Aliás, nada no Universo tem como causa primaria o mal!

            Vejamos um exemplo de mal extremo, a morte!

            Para que um ser possa vir a morrer em primeiro lugar ele tem de estar vivo!

            Portanto o mal morte, é causa segunda de um bem primário, ou seja: vida. Se analisarmos bem todo mal passa por este prisma como o roubo é a causa segunda da extração de um bem primário, a mentira é a falta de uma verdade que é primordial, e assim em diante.

            Mesmo assim muitos são os males que acontecem, mas o bem sempre vence por ser causa primeira, sem o bem nenhum mal há de se fazer por si só.

            O homem como espécie no qual existe hoje, existe a mais de 150 mil anos apenas pouco mais de 10 mil anos o homem se modernizou, criou a civilização, cidades, a polis, filosofia e deixou de ser um mero predador para se tornar observador, acompanhante do tempo e das mudanças, da colheita e de si mesmo, talvez o grande responsável pela mudança não foram os acertos e sim o próprio erro!

  
        Entre estes erros, que até pode ser chamado de grande acerto, foi o fato do homem se reunir em tribos e contar histórias, entre estes contos, lendas e fabulas o tempo foi passando e o que era apenas uma viagem metafórica para se transmitir uma ideia acabou se tornando uma verdade que todos acabaram assumindo como sendo até uma verdade do próprio Universo. Entre estas verdades temos os mitos gregos e romanos e de outras civilizações que foram se misturando e se transformando numa mistura de mito com verdade. Talvez o mais intrigante seja a explicação da criação do homem por Deus pelo povo Judeu!

            A história de Adão e Eva está entre uma das mais antigas histórias que temos, mas o que intriga é o fato da própria explicação sobre a geração do chamado pecado original!

            Diz à história que ao comerem o fruto da arvore da vida da ciência do bem e do mal, se abriram os olhos e viram-se nus!

            Ora seria a criação de Deus imperfeita, pois eram então cegos?

            Certamente que não eram cegos, o que a história quer dizer é que eles passaram a ver suas vergonhas, ou seja, suas partes sexuais têm-se então a ideia de que sexo seria então o pecado original, mas na verdade o sexo não foi gerado depois que comeram o fruto, o sexo já estava lá, o que aconteceu de fato foi que tomaram consciência do próprio desejo sexual e então cobriram o sexo por se verem dominados pelo desejo.

            De certa forma não foi o sexo então o pecado e sim a consciência dos desejos, das emoções e a necessidade de domínio sobre elas.

            É bem provável que isso seja uma parte da história responsável pela mudança do homem de ser um mero animal para assumir em si próprio a faculdade de uma natureza além do ser animal.

            Sem estas histórias o homem continuaria sua vida de caçador e nômade tanto que se os europeus não tivessem chegado às Américas provavelmente ainda haveria pessoas por aqui vivendo como meros animais na floresta, caçando e pescando.

            Mas o que tudo isso tem haver com o espírito santo?

            Como o bem é sempre causa primaria podemos dizer que tais histórias mesmo sendo sem um fundamento cientifico foram de grande impacto para com toda humanidade e certamente algum fundo de inspiração mais elevado pode ter deixado uma pontinha de verdade nessas histórias, nem que seja para inspirar o homem a ficar intrigado e buscar o conhecimento mais profundo, entre estes a própria ideia do espírito santo é uma delas.

            Nós, por causa da linguagem, aprendemos a pensar com as palavras ao invés de pensar com as emoções e nesta compilação entre as emoções e palavras cometemos alguns erros, principalmente de tradução de nossos próprios sentimentos, muitas vezes pensamos de uma maneira, agimos de outra e quando falamos, não falamos exatamente como pensamos e como agimos!

            Esta falha nos causou um certo afastamento de nossa ligação com nosso estado natural, que embora este afastamento nos levou ao aprimoramento de nosso mundo também nos gerou dificuldades entre o crer e o saber!

            As pessoas procuram através da linguagem um atalho para o saber, é como se ao falar de tal forma indicamos o domínio sobre a forma.

            Para entender melhor vejamos um exemplo:

            Um palhaço! Ao se apresentar como palhaço o homem adquire uma forma de falar e nesta forma nós como espectadores já identificamos o ser e sua graça e já preparamos nosso ser para receber a carga de humor.

            Da mesma forma o ser ao pertencer a uma entidade religiosa adquire certa forma de falar como se o ser ao falar por esta forma possuísse a carga do saber que possui tal forma. É como imitar ser “professor” sem ter em si o conhecimento do oficio.

            É o uso do Prosópon.

            Porém! Como qualquer outra ferramenta, necessita de um manipulador desta ferramenta e no momento presente todos nós manipulamos esta ferramenta que é o espírito santo sobre o mundo.

            Nossos pensamentos são mais do que só nossos, são manifestações elétricas que ocorrem em nosso cérebro, o pesquisador Pavel Novak, da Universidade Queen Mary, na Inglaterra, conseguiu medir a eletricidade das sinapses com o uso de um microscópio eletrônico de alta resolução e descobriu que a corrente que circula entre as sinapses por íons Ca2+, pelos canais de cálcio dependentes de tensão ou VGCCs (voltage-gated calcium channels), o valor de pico registrado dessa corrente foi de 4,4 pico amperes por micrômetro quadrado. Isso não significa que nossos pensamentos são automáticos, mas sim que temos a consciência de nossa própria consciência, portanto cabe a nós organizar nossos pensamentos.

            A oração para muitas pessoas é uma fonte poderosa de saúde e bem estar, bem como a ligação de nosso ser com uma força vital.

            Se assim é, o mau pensamento também gera uma força, um potencial para que o mal aconteça.

            É claro que o mau como causa segunda nem sempre se realiza é como se fosse uma força desperdiçada, um potencial no qual não irá gerar nada além do próprio mal em si, como passar por cima de alguém para atingir seus objetivos não demonstra que você é mais forte ou merecedor e sim que é capaz de ignorar a vida de outro ser para realizar o propósito do seu ser.

            Na natureza os seres estão em constante disputa por espaço e por sua existência e é claro que como em toda e qualquer disputa há os que vencem e se há os que vencem é porque outros seres perderam e não há para a natureza um julgo do ser que vence como bom ou mau, nem julgo do ser fraco como mau ou ruim, simplesmente não há julgo, pois o espírito puro não faz escolhas é apenas a ação sobre as escolhas que já existem. Como um leão só pode ser predador se houver a presa, assim como a flor só pode ser o que é por se ter as abelhas.

            Há, portanto um constante estado de harmonia entre as forças esta harmonia pode ser chamada também de campo mórfico (veja: http://reflexhuman.blogspot.com/2013/05/o-campo-das-formas.html ) também podemos entender estas forças com este vídeo:


            Esta força por ação instintiva talvez nos inspirou a ter a ideia do chamado espírito santo embora a própria ideia não se vê por completo tanto que a própria religião não possui uma explicação mais profunda, isso pode ser por ação da própria linguagem que por falta de um aprofundamento, aceita-se as convenções como a simples palavra “fé”.

            A oração é dita como a forma de aproximarmos o nosso espírito com o espírito santo, em muitas pesquisas já ouve até comprovações de que a oração feita por alguém realmente ajuda no processo de cura por exemplo, mas o estado de não oração, apenas o deixar fluir, o ficar parado consciente em um canto também tem mostrado resultados tão eficaz quanto o da oração, é o estado chamado de Meditação! http://www.youtube.com/watch?v=gzaDYx2mGNU
           
            Neste experimento chamado de Vipassana, presos são apresentados a uma técnica de meditação que os levam a despertar seu estado humano e os faz repensar seus atos.
            Em 1993 John Samuel Hagelin em uma experiência inédita reuniu 4 mil pessoas para meditar em Washington e os índices de criminalidades caíram em 25% naquele ano. Maiores detalhes sobre este experimento podem ser encontrados na internet. http://www.youtube.com/watch?v=ShsEcTT5ugs

            O que podemos concluir é que não se trata de um conjunto de palavras que devem ser ditas como sendo palavras mágicas ou um forte estado de concentração, muito pelo contrario é o estado de se acalmar e permitir que o seu ser se harmonize com o fluxo do Universo com o estado do espírito e assim nós encontramos em nosso ser o nosso lugar no Universo e neste momento o nosso espírito está no lugar que está por fazer parte deste imenso e infinito estado de vida de toda criação é o nosso encontro com o nosso Prosópon, assim estamos onde estamos, pois ai é o nosso lugar e somos sim responsáveis por tudo que ocorre no Universo e o Universo só é a ação da própria ação que o criou. É como o ator em seu papel no teatro e toda ação vem da força gerada dentro de cada personagem, portanto somos nós que criamos os heróis e também figuramos os vilões, se queremos um mundo de paz como no estado de meditação precisamos mesmo é estar em paz e assim sentiremos a presença do espírito santo cada vez mais forte dentro de nós.


domingo, 13 de outubro de 2013

Há Razão Pela Razão?


           Á razão é capacidade que temos de chegar a conclusões lógicas, de julgar e/ou avaliar algo, de compreender ou entender o que é direito correto ou até mesmo estabelecer critérios para a realização de algo, estabelecer normas ou padrões pra uma melhor comunicação entre os seres e até de seus afazeres...  Enfim a razão envolve tudo que nos cerca e a nós mesmos, sejam estabelecendo normas de bom senso, prudência, justificando ações ou nossos pontos de vista, nossas argumentações estabelecendo coerência em nossas relações.
           
            Em outras eras quando o ser humano ainda em sua faze primitiva tinham a razão como um senso coletivo, onde de certa forma todos acabavam concordando com seus lideres; as suas idéias que embora a razão não fosse tão clara a concordância entre todos davam a mesma o intuito de validade.

          Como estabelecer que deva haver um sacrifício pra que pudesse chover ou que um determinado ritual lhe desse uma comunicação direta com seres superiores para ter por enfim o direito do ser á razão!

            E assim uma das formas de poder entre o ser humano passou a ser o uso da razão mesmo essa não sendo usada como uma ferramenta para o crescimento das relações humanas, apenas como um instrumento dogmático ou até mesmo gerador de paradigmas, mas com a evolução industrial o crescimento e conhecimento em todas as áreas, sejam na área cientifica, tecnológicos, humanas ou exatas etc. a razão se mostrou uma ferramenta com um poder de construção até então inimaginável pelo homem, como a comunicação a longa distancia, transmissão de imagens, o conhecimento e o uso da eletricidade... O homem alcançou um conhecimento grande e notório a sua volta que elevou o uso da razão a um patamar mais satisfatório, e com isso a razão como instrumento para o aperfeiçoamento do próprio ser tem sido empregado em diversas áreas.
           
            Muito tem sido discutido sobre as formas de ser, do próprio ser e a razão neste aspecto tem sido deixada de lado pelo simples fato do individualismo, que tem se empregado em nossa sociedade, sendo usado como forma de legalizar qualquer forma de ser, já que a forma prejudicial aparentemente só afeta o próprio ser.

            Mas e a razão de ser?

            Será mesmo que qualquer forma de ser é uma forma dita pela razão de ser, seja ela qual for?

            Há razão em ser... como vemos em certos seres, o que realmente ser?

            A razão no aspecto humano tem avançado muito lenta e vagarosamente com relação ao próprio ser humano e isso tem sido deixado para aqueles que por algum motivo parece ter perdido a razão!

            É o caso de certas doenças como a depressão que nada mais é do que o ser que foi afetado nas suas razões, de ser ou até mesmo só de sentir, quando o ser vê que suas razões não o elevaram aos patamares mais satisfatórios para com sua vivência; e assim o ser afetado em sua razão cai em depressão que podemos traduzir como a perda da força, da pressão que antes exercia para sua vivencia.

            Podemos dizer que a razão sendo empregada em nosso viver nos tiraria desta característica que parece ser tão importante na atualidade, que é a liberdade e nos confinaria a tal forma de ser que tudo deveria funcionar como a operação de uma maquina, onde tal ordem ou comando realizaria um trabalho ou operaria de tal forma que o resultado, no caso seria sempre o mesmo, como um trabalho mecânico, que ao ser realizando resultaria na concepção de um produto ou um trabalho realizado. Sendo assim a razão nos daria sempre o evento para o qual a empregamos, como por exemplo, o querer ser feliz!

            Mas como empregar a razão para sermos felizes?
           
            Mais do que um instrumento, a razão é o próprio mecanismo na construção de algo, seja algo físico, como um carro, por exemplo, onde cada peça se encontra no seu devido lugar e assim a mecânica de um carro esta apta a funcionar dentro da concepção de ser um carro. Assim também a razão é o mecanismo para construção do nosso ser, por isso para termos uma profissão precisamos adaptar nosso ser e até mesmo nossa razão para ser um profissional, como um médico, por exemplo, a sua razão de tão adaptada a avaliar doenças ao relatarmos uma dor em alguma parte do corpo, sua mecânica, a razão, já logo avalia tal dor e conhece a forma de sanar tal problema.

            Da mesma forma se buscarmos conhecer pela razão a própria razão de nossos atos e de nossos anseios teremos então uma resposta da nossa própria razão para sermos quem somos.

            Mas o grande problema é quando agimos pelas paixões e tentamos usar a razão para justificá-las, dando um exemplo: Uma pessoa em uma manifestação popular ao quebrar uma lixeira comete uma atitude levada pela rebelia de sua paixão no momento, mas qual a razão de se quebrar uma lixeira?

            Certamente não há razão que consiga explicar tal ato, mas sem o uso da razão passamos a agir sem o conhecimento de nós mesmos, o ser humano muito antes do emprego da razão agia levado pela emoção e este por um mecanismo de defesa ao próprio ser sempre da uma resposta rápida sem uma avalia prévia, como um ato de agressão, por exemplo, agredir ou apenas demonstrar agressividade é para os animais um mecanismo de defesa, é usar a força para demonstrar força, não que o ser queira realmente agredir, apenas demonstra que em tal situação é assim que ele vai agir. Então como um animal que opera sem razão apenas movido pela paixão o ser humano manifesta sua agressividade e quebra uma lixeira pra mostrar que ele é capaz de quebrar a ordem existente, de burlar o que é correto para ter a atenção.

            O córtex cerebral pré-frontal, região do cérebro responsável pelo processamento lógico, surgiu relativamente tarde na evolução da espécie humana. Já as emoções e os instintos são heranças de nossos ancestrais há muito mais tempo. Por isso elas são tão fortes e nos influenciam tanto. "A filosofia considera o ser humano um animal racional. Mas o que sabemos é que apenas em certas circunstâncias e à custa de muito esforço conseguimos ser racionais", afirma Vitor Haase, médico e professor de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

            Por isso o emprego da razão muitas vezes é tardio e só se manifesta depois de nossos erros de julgamentos e em muitos casos julgamos como prioridade nossas necessidades para depois tomarmos uma decisão sobre algo. Um exemplo disso é a pesquisa realizada por pesquisadores das universidades de Bem Gurion, em Israel, e Columbia, nos Estados Unidos, eles analisaram o comportamento de juízes que deveriam decidir sobre a liberdade condicional de presos (um processo rápido, que leva 6 minutos). Em média, somente 35% dos condenados ganhavam a condicional. Mas os cientistas perceberam que os juízes eram muito mais benevolentes depois de comer. Quando eles tinham acabado de fazer uma refeição, a taxa de aprovação subia para 65%. Com o passar do tempo, a fome vinha chegando, e a concessão de liberdade condicional ia caindo. Minutos antes do próximo lanche, o índice de aprovação era quase zero. Ou seja, mesmo em tomadas de decisões que deveriam ser imparciais a razão prioriza as suas necessidades e quando não são cumpridas as decisões são tomadas como uma manifestação rebelde de força semelhante ao caso da lixeira, uma demonstração de poder por não ter sua própria necessidade saciada.

            Assim o emprego da razão é mais lenta do que o emprego dos instintos e nossa avaliação lenta é sempre mais lógica e precisa enquanto a avaliação rápida é mais instintiva e até irresponsável perante a razão.
            Então construímos este mundo a nossa volta com o emprego da razão, mas para nós mesmos deixamos a razão de lado e priorizamos as respostas instintivas e baseadas em nossas experiências pessoais.

            Como no caso de uma pessoa ao passar por um trauma sempre age com agressividade a se ver em situação semelhante ao seu trauma, como uma resposta instintiva para não reviver a mesma circunstância ela acaba agindo instintivamente ao que lhe parece ser um novo trauma, mas sem o emprego da razão ela pode estar agredindo justamente quem quer lhe ajudar.

            Há razão para tal?

            Bem, por isso a pergunta é: Há razão pela razão?

            Sim há!
Mas é preciso saber em qual momento está se empregando a razão ou apenas agindo com o lado mais primitivo de nossa mente, com certeza o bom uso da razão sobre nós mesmos ainda não foi totalmente assimilado por nossa natureza e, portanto não somos tão racionais assim na construção de nosso próprio ser.


            Vemos então que o esforço para sermos racionais e usarmos a mecânica da razão sobre nós é um esforço que exige treinamento diário, é como ter que ir a academia para exercitar o corpo, precisamos constantemente ir para dentro de nós mesmos e exercitarmos a razão, não somente para justificar nosso repudio a lixeira e produzir mais lixo, em nossa mente, só pra parecer ter razão ou simplesmente reprovar a condição do próximo para poder saciar nossa fome, mas sim usarmos a razão pelo simples fato de ser ela; a razão, dona de nosso ser e com esta, criarmos a mecânica para termos na vida o que realmente queremos.


            A felicidade só é verdadeira quando Há Razão para sermos felizes.


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