Das Relações Econômicas
Em
1998 um amigo ia jogar fora um livro sobre economia, pedi pra ele
aquele livro e disse que iria ler, pois queria entender como funciona a
economia, o mundo dos negócios e das finanças. Era um livro amarelo com mais de
300 paginas que começava contando uma história mais ou menos assim:
- Estava na estação de trem e vi José
correndo a toda velocidade quando o trem estava para fechar as portas e ele
conseguiu entrar! Naquele momento entendi como podemos ter o melhor para nós!
- Se do povo tirassem
todo o dinheiro somente pessoas como José seriam as mais dispostas a vencer...
Bom!
Parei de ler por ai e decidi que aquele livro realmente merecia ir para
reciclagem!
Em
minha concepção como alguém pode achar que as pessoas que merecem construir
riquezas são aquelas dispostas a correr o risco de cair, de se machucar e não
obstante são estas as pessoas que nos dão alguma contribuição para a construção
de riquezas, que disparam na busca do seu próprio favorecimento. Eu realmente
entendi a analogia ao mesmo tempo não entendi como o conceito de economia pode
ser individualizado!
Eu
tinha 28 anos na época e tinha visto meu país passar por seis moedas
diferentes: Cruzeiro (1970), Cruzado (1986), Cruzado novo (1989), Cruzeiro (novamente
em 1990), Cruzeiro Real (1993) e real (1994)!
Na
minha visão tudo isso era por que as pessoas agiam como José que ao ver uma
oportunidade disparavam na frente em busca de ganhar dinheiro, então para obter
o equilíbrio o governo era obrigado a baixar um decreto congelando os preços
para que todos pudessem ter o direito de adquirir as coisas com o mesmo valor
para todos. Isto equivale então há ter todas as pessoas na estação de trem e
todos teriam o mesmo direito de entrar e entrariam sem deixar ninguém para
trás.
É
claro que a analogia exibida no livro queria retratar que mesmo aqueles que
estão em atraso precisam avançar e querer chegar onde todos estão para
conseguir seguir nesta viagem que é nosso desejo de vitória. No entanto é
preciso entender que a analogia humana está sujeita a falhas, um exemplo disso
é a famosa lei de Gerson.
Em
1976 o jogador de futebol “Gerson” participou de uma propaganda de cigarros
onde sua ultima frase era: "Gosto de
levar vantagem em tudo, certo?" que na realidade ele queria dizer que
o bom era ter a vantagem no preço e na
qualidade do cigarro anunciado ( hoje sabemos que cigarro não tem vantagem e
nem qualidade nenhuma), mas a ênfase acabou virando sinônimo de malandragem e
corrupção, onde o importante mesmo é sempre obter vantagens, até mesmo infringindo as leis! (mais informação
sobre a Lei de Gerson você pode ter neste link: http://www.infoescola.com/curiosidades/lei-de-gerson/)
Da
mesma forma é o que acontece com o fenômeno da inflação!
Antes de prosseguir quero dizer que o meu
entendimento sobre a economia não vem de algum outro livro, eu simplesmente
busquei entender por minha própria vivência e meu entendimento não tem por base
nenhum outro estudo de economia, trata-se simplesmente de minhas observações
filosóficas sem que haja algum guru ou alguém inspirador, são observações
próprias que neste momento exponho através deste artigo.
Mas
antes de falar sobre a inflação vamos entender primeiramente sobre o que é o
dinheiro.
Ao
viver em sociedade a humanidade ganhou uma vantagem importante sobre qualquer
outra criatura na face da terra, pois cada um trabalhando individualmente
conseguiu adquirir uma maior habilidade para produzir bens e produtos de
consumo com mais eficácia e empreendimento, no entanto isso teve um custo a ser considerado!
Um
Ferreiro, por exemplo, ao se empenhar em seu oficio não poderia empenhar-se em
fazer suas próprias roupas, um tecelão ao fazer tecidos não poderia se empenhar
no corte das roupas, já um alfaiate se empenha em cortar o tecido feito pelo
tecelão com um instrumento de ferro esculpido por um ferreiro.
Nesta
cadeia social o dinheiro surgiu e
como peça fundamental para medir todo
este escambo, ou seja: na necessidade de troca, nem sempre um alfaiate vai
precisar de uma tesoura ou outro instrumento qualquer feito pelo ferreiro,
enquanto o ferreiro precisa de roupas que com o tempo se desgastam facilmente e,
é claro que o trabalho do ferreiro tem um ‘valor
estimado’ e por isso merece, ainda que o alfaiate não queira os seus
serviços, ter os bens que necessita, nisso surge então o dinheiro que não passa de uma medida
dada por alguém que esboça exatamente o ‘valor’
do serviço prestado pelo ferreiro dentro de um convívio social, mas antes
de prosseguir vamos entender primeiramente o que é este tal de ‘valor’.
Esta
palavra valor explicita na realidade
a medida e a qualidade pela qual um produto ou um serviço têm em determinada importância dentro de uma sociedade, estima ou apreciação, admiração ou
mérito.
Existem diversas classificações
sobre o que são Valores:
Na Economia:
O Valor Adicionado é a diferença entre o
valor de produção de uma mercadoria e o custo total das matérias-primas e
serviços adquiridos para sua fabricação, o valor
agregado equivale à soma dos lucros e dos salários e juros pagos pela
empresa fabricante.
Valor de Mercado é o Preço de um bem
determinado pela interação da oferta e da procura.
Valor de Troca é a capacidade de um bem
de ser trocado por outros bens, ou por dinheiro.
Valor de Uso é a capacidade que um bem
tem de satisfazer necessidades humanas.
Valor Estimativo é o que depende da estima ou apreço em que se tem em um objeto.
Valor Real é o que
foi corrigido para eliminar o efeito da inflação...
E
outros como Valor emocional, valores
morais, valores éticos... Por fim podemos qualificar desde pensamentos, coisas e até comportamentos dando a
estes algum valor, em outras palavras:
Dando
alguma medida de importância, estima ou apreciação, admiração ou mérito.
Ao
longo da história o Dinheiro foi
surgindo passando por transformações, mas o que importa mesmo é que o valor que o dinheiro tem é apenas abstrato!
A economia
moderna também enfrenta dificuldade em decidir o que exatamente é o dinheiro e
é estranho dizer e pensar nisso, mas a realidade que dinheiro é apenas isso:
Uma abstração, algo que ilusoriamente
tem algum significado!
Se
pegarmos nosso dinheiro aqui do Brasil e tentarmos comprar algo na China, por
exemplo, mesmo que você apresente uma nota de cem reais para pagar um doce é
quase certeza que o chinês não irá aceitar, pois pra ele aquele papel com
desenhos não representa nenhuma medida.
Da
mesma forma que você também não reconheceria o valor do dinheiro de outros
países.
Portanto
o valor do dinheiro é dado pela nossa própria avaliação e consideração
do que ele é.
Sendo
assim a valorização ou desvalorização do dinheiro trata-se de uma consideração convencional aceita dentro de uma organização social ou até mesmo
por grupos de organizações como no caso o Euro.
Seria fácil para um país enriquecer apenas
fabricando dinheiro e distribuindo para a população podendo fazer com que todos
enriqueçam, mas a produção e distribuição do dinheiro esta diretamente ligada
com a produção e distribuição de riquezas. Para entender isso imagine um
pequeno reino em uma ilha pequena onde o nosso Ferreiro, alfaiate e o tecelão
moram.
Vamos
analisar duas diferentes situações dentro de um mesmo cenário!
- Em um primeiro momento:
O
ferreiro sabe que o bem produzido por ele para ser bem aceito precisa da apreciação e admiração de todos, ter além
de beleza, durabilidade e eficiência. Tudo isso leva o nosso ferreiro a ter importância em nossa ilha, pois se o seu
trabalho é assim admirável o mérito que ele tem faz com que outros
lhe avaliem e lhe deem a medida de
seu trabalho e uma boa forma de premiar nosso ferreiro, vamos chamá-lo de Sheffield, é medir bem seu trabalho com algo que
represente este valor!


Porém, se Sheffield se encher de avareza e achar que seu valor merece uma consideração maior uma importância
maior e exigir um valor maior, por
exemplo, de nosso alfaiate, vamos chamar de Giogio, e Giogio não tiver tanta importância no sentido de valor para conseguir adquirir uma boa
tesoura vai ter que adquirir outra, talvez uma que Sheffield não tenha feito
com tanta devoção e que não ficou tão apreciável o seu corte e também não é tão
eficaz e preciso.
Giogio
ao adquirir essa tesoura vai ter dificuldades de ter um bom corte no tecido,
vai precisar se empenhar mais por causa da dificuldade no corte e também não
vai conseguir ter seu próprio empenho lhe satisfazendo e permitindo com que ele
desenvolva uma boa habilidade, pois sua ferramenta assim não lhe permite
trabalhar.


Enquanto isso nosso tecelão, vamos chamá-lo de Luis por
seu grande e admirável apreço e por
já ter certa importância consegue adquirir uma boa tesoura feita por Sheffield
assim consegue ter também um mérito maior e com isso passa a tingir seus
tecidos e passa a se valorizar ainda
mais em seu oficio!
Mas
Giogio por não ser apreciado já não
consegue obter os bons tecidos feitos por Luis e além de ter de trabalhar com
uma tesoura que não realiza bem o corte se vê obrigado a adquirir os tecidos
que não tem tanta beleza e admiração, mesmo assim ele precisa realizar seu
oficio para que dentro dessa sociedade ele possa adquirir seu valor!
Agora
vem a questão!
Quem
vai dar valor ao Giogio se as peças
produzidas por ele não tem um corte admirável e o tecido que ele usa não tem tanta
beleza e as cores não são as mais desejadas?
- Em um
segundo momento:
Suponhamos
que Giogio agora é um alfaiate de grande prestigio e admiração e as peças produzidas por ele são de uma grande estimação dentro de uma sociedade. Quem usa
as roupas feitas por Giogio é visto como sendo de grande importância em nossa ilha, pois o mérito de usar uma roupa feita por Giogio indica que a pessoa é
capaz de dar ao Giogio o seu estimado
valor.
Giogio também não
fica atrás e estima as pessoas que o ajudam
em seu trabalho, assim Sheffield fez para ele uma excelente tesoura com um
corte preciso e até seu aspecto é admirável
e Luis seu tecelão preferido produz tecidos de ótimas cores e que facilitam a
criatividade de Giogio e as pessoas ao serem capazes de valorizar o trabalho deles todos acabam participando e desejando ser e
ter o que cada um é capaz de fazer. Assim as roupas de Giogio são vistas com
grande apreciação, as tesouras de
Sheffield são desejadas pela sua eficácia, dando a quem usa um mérito por sua precisão no corte, e Luis
é estimado pelos seus tecidos e por
tudo isso as pessoas passam além de querer ter o mesmo oficio dos três procuram
trabalhar com o mesmo empenho buscando produzir com seus trabalhos algo que os
façam ter a mesma admiração e importância
que eles têm. Medida a importância
que cada um tem, todos passam a buscar medir
os seus próprios méritos para
repeti-los. E eu digo medir agora no
sentido de repetir o seu feito, como Sheffield ao fazer uma tesoura de boa apreciação sabe que para repetir o mérito precisa repetir aquela forma que
obteve com sua boa tesoura, da mesma forma nosso tecelão precisa saber medir bem a proporção das cores em seus
tecidos, também Giogio precisa saber reproduzir seus feitos com qualidade e
precisão nas formas. A
questão agora é:
O
que é que vai representar estes valores?
Poderia
gerar aqui outras tantas analogias diferentes, mas o importante aqui é entender
que se não houver falhas de nenhum deles, seja por ambição ou avareza, que a medida de importância do bom trabalho
pode desencadear um processo de apreciação cada vez melhor gerando resultados
cada vez mais otimizados e com isso o enriquecimento de todos também é
otimizado, o dinheiro é então a medida desse
enriquecimento, não só de um, mas de todos, pois o dinheiro em si não passa de uma
figuração dessa consideração do bom
empenho que todos tiveram.
Análogo a isso:
Podemos
olhar para nossa ilha (ou País) como um organismo vivo onde as células são como
os nossos personagens: Giogio, Sheffield e Luis e outros tantos que fazem parte
deste imenso ser vivo que é uma nação; Se Sheffield não tiver um bom empenho em
seu oficio e não produzir boas enzimas catalisadoras (ou tesouras) outras
células que necessitam acelerar seu empenho como no caso Giogio não vai
conseguir produzir a proteção que outras células necessitam inclusive Sheffield,
enquanto que Luis também não vai ser reconhecido como uma proteína que serve
para produzir esta membrana que envolve todas as células.
O
dinheiro é então uma medida de toda esta energia ou podemos
chamar também de calorias que circula dentro deste organismo. Quanto maior o valor desta energia maior será o
potencial de trabalho de nossas células, o dinheiro é então uma figuração deste
potencial.
Digamos
então, como na nossa primeira analogia que o potencial desferido por nossas
células Giogio, assim como na apreciação,
é de pouca estima, ou seja: de baixa
caloria e por isso outras células não buscam produzir os aminoácidos do qual
Giogio é constituído e com isso todo organismo enfraquece!
Já
na segunda analogia as células Giogio são de alto valor energético e produz
bastante proteínas com boa eficácia e apreciação gerando uma boa proteção para
todas as outras células e nesta cadeia orgânica todos acabam se beneficiando e
tendo um bom trabalho celular.
Células Infratoras
O
fenômeno da inflação é semelhante aos fenômenos das doenças dentro de um
organismo, digamos que certas células ganham uma maior quantidade de calorias e
com isso se multiplicam rápido demais, o que leva ao surgimento de um
crescimento desenfreado de células, que pode acabar levando todo o organismo a
falir...
Em
1986 foi um ano marcado pelo inicio de um novo regime político aqui no Brasil,
o presidente da republica era então José Sarney que assumiu o cargo após a
morte de Tancredo Neves que iniciara um novo regime político no país, o regime
democrático, em meio a tudo isso havia uma crise financeira com uma inflação
desenfreada, então para contornar a crise da economia, Sarney montou uma equipe
econômica e esta equipe foi responsável pela criação do Plano Cruzado. Adotando
políticas de controle dos salários e dos preços, o governo esperava conter o
desenfreado processo de inflação que assolava nossa economia. Logo de inicio os
objetivos desse plano foram alcançados: a inflação atingiu valores negativos, o
consumo aumentou e a economia entrou em estabilidade. Pouco tempo depois a
euforia de consumo levou o plano à falência.
Foi
como se as células tivessem consumido toda energia (ou calorias) que havia
disponíveis, então a estabilização forçada dos preços retraiu os meios de
produção e acabou fazendo com que os bens de consumo desaparecessem das
prateleiras dos supermercados e das empresas. Isso equivale à perda de calorias
e o trabalho das células não produzia as proteínas necessárias para todo o
organismo. Muitos fornecedores, digamos: fornecedores de calorias passaram a
cobrar um ágio para a obtenção de determinados produtos, ou dentro da mesma
analogia a caloria gasta pra se obter energia era maior do que a energia obtida
e pra piorar as pessoas que tinham dinheiro (calorias) aceitavam pagar este
ágio, eu via pessoas dizendo:
- Eu tenho dinheiro! Eu pago!
Foi como se as
células se esquecessem de que fazem parte de um único organismo e cada um procurava
Levar vantagem em tudo! Certo?
Errado!
Novamente
o dinheiro, ou seja, a medida de energia perdeu
a consideração que todos tinham por
ela...
A inflação é então uma infração desse acordo
convencional!
Todos
se esquecem que o dinheiro é algo abstrato que só tem valor se todos tiverem
consideração por esse valor e os valores são apenas as constituintes de uma estima (padrão) que merece ser apreciado (seguido).
Em
outras palavras é como se o valor de um quilo fosse mudado constantemente e sem
um padrão a ser seguido a cada dia o que era um quilo tem, dia após dia, uma proporção
menor, o que faz com que a energia gasta para se obter calorias ficasse cada
vez maior e a energia desprendida pelas calorias obtidas ficasse cada vez
menor.
Bom!
Todos os seres, ou células vão lutar por sua sobrevivência, então imagine que
as células passem a produzir um sangue venoso maior do que a capacidade do
sangue arterial tem de recompor as energias das células, isso pode levar o
organismo a falência.

Deixando a analogia um pouco de lado agora, em 1986 eu
trabalhava em uma pequena fabrica de resistências para maquinas injetoras
industriais e neste mesmo ano, como já disse, houve esta mudança de plano
econômico e o primeiro corte de zeros no dinheiro mudando o nome de Cruzeiro
para Cruzado, pouco antes deste período não era complicado conseguir uma boa
vaga de trabalho já que as empresas de pequeno e médio porte empregavam as
pessoas mesmo sem conhecimento do oficio a ser realizado e o empregado aprendia
na pratica a exercer sua função. O dia de pagamento era sempre no dia 10 do mês
seguinte e o fenômeno interessante que ocorria, era que as empresas mesmo sem
ter dinheiro em caixa sabiam que podia contar com 10 dias do mês anterior para
gerar o dinheiro para o pagamento de seus funcionários e ao ver que havia um
reajuste deste valor, a empresa também aumentava o valor de seus produtos para
cobrir a despesa maior da folha de pagamento.
Acontece
que com isso a empresa além de produzir produtos se via obrigada a produzir
dinheiro também, como se o dinheiro fosse mais um produto a ser produzido, só
que as empresas não fabricavam dinheiro que só era obtido com a venda de
produtos com isso a empresa aumentava o valor do produto para arrecadar mais
dinheiro e fazendo isso à empresa produzia mesmo era a perda do valor da medida de seus próprios produtos.
Seus
trabalhadores ao receber este valor
tinham que correr ao mercado para adquirir produtos, pois à medida que recebiam já estava
desvalorizada pelo próprio aumento do produto que eles mesmos “Trabalhadores”
haviam produzido, e nesta corrida enlouquecida de proporções que eram
desmedidas constantemente é o que leva ao chamado fenômeno inflacionário!
Com
o congelamento dos preços e dos salários o governo conseguiu estabelecer uma
ordem nestas proporções, mas falhou na mudança da data de pagamento da folha
salarial que passou do dia 10 para o quinto dia útil de cada mês!
Com isso a maioria das pequenas indústrias que abasteciam
o mercado não conseguiram gerar o produto “dinheiro” para abastecer seus
trabalhadores. Muitas indústrias acabaram fechando as portas, em meio a tudo
isso os trabalhadores estavam de posse de seus salários... Ou melhor dizendo: de suas medidas de grande importância para o comércio, com essa importância a + tiveram o poder de
adquirir produtos em maior quantidade, enquanto isso os produtos em si não
estavam mais sendo produzidos na mesma proporção que havia de serem consumidos.
Como os produtos acabaram ficando escasso, quem ainda tinha produtos para vender
exigia o chamado ágio para vendê-los, quem tinha dinheiro à + comprava. Aos
poucos isso levou ao descontentamento geral de todos: saques ao comercio, revoltas, em meio a tudo isso a necessidade de eleger novas lideranças que
deveria sair do meio do próprio povo!
Bem,
isso é só um resumo de uma longa história que foi se repetindo de forma tão
rápida que o governo não tinha nem tempo para imprimir novas notas como no caso
da mudança de Cruzeiro de 1990 para o Cruzeiro Real em 1993, como podemos ver
na figura ao lado o governo tinha de carimbar as notas com um novo valor.
O
plano Real não foi nenhum plano milagroso,
na realidade tudo isso ocorreu por causa do imenso paradigma que existe em
torno do dinheiro o governo inovou foi na formula para que as pessoas aprendessem a lhe dar com
os valores e chamou isso de URV:
Unidade Real de Valores, foi uma formula (Até meio infantil a meu ver) de
devorar a inflação no sentido inverso fazendo com que ao invés de aumentar o valor dos produtos se diminuísse o poder
de compra do dinheiro. Hoje para corrigir isso quem teve seus valores financeiros prejudicados e
guardou as documentações referentes a isso está conseguindo receber essa falsa
correção de valores.
Voltamos
agora para analogia comparativa.
Relacionamento de Valor
Uma
infração é uma violação há uma determinada ordem e como vimos até aqui o
dinheiro não passa de uma medida assim
como o metro, quilo, potencia,
intensidade, resistência, tensão... Todas essas medidas bem equilibradas são as mesmas que encontramos em um
organismo saudável, o dinheiro tem uma característica especial entre todas as
medidas que é a característica Econômica!
Assim
como os valores, a palavra economia também se trata de uma
derivação de outras ciências contidas dentro da própria palavra economia, que em suma trata da ciência
de diminuir a energia gasta para a produção de algo. em contrapartida este algo
deve produzir com maior eficiência uma quantidade maior de energia!
Para
entender como isso funciona vamos entender melhor qual a relação que o dinheiro
tem com a produção de bens.
Enriquecer exige que você seja capaz de produzir riquezas, portanto produzir
riquezas é diretamente proporcional ao enriquecimento.
Vamos
analisar então o que ocorreu com nossos 3 personagens no primeiro momento de
nossa analise:
Giogio
para enriquecer precisava naquele primeiro momento ser enriquecido com uma
tesoura de bom corte, com tecidos de qualidade e cores mais procuradas e
aceitas por todos, mas como vimos Sheffield valorizou-se demais e por isso
exigia uma quantidade maior de valor do
humilde Giogio que por não conseguir uma boa qualidade no corte e pelas
dificuldades de produção mais eficaz não conseguia produzir com maior
eficiência, em conseqüência disso também não obtinha tanto valor em seu trabalho. Ora se enriquecer é diretamente proporcional
a produção de riquezas Sheffield ao valorizar demais o seu bom trabalho e
menosprezar o “bem” mal produzido está menosprezando Giogio como um potencial
consumidor de seus “bons” produtos, em conseqüência disso Giogio precisa se
alimentar, ou seja: obter energia, e para não passar fome prioriza a economia, em outras palavras: poupa suas
energias, para o seu próprio consumo e com isso adquire tecidos de menor valor
energético, em suma: de menor custo energético, só que com isso ele também não
consegue produzir um produto de maior admiração,
estima ou apreciação e, portanto acaba ficando sem gratificação de um bom mérito.
Já
no segundo momento de nossa analise Giogio é reconhecido pelos seus méritos, de
produzir excelentes produtos e com isso é mais admirado e estimado e,
por reconhecer isso, ele também passa a apreciar as pessoas que contribuem para
o seu trabalho e valoriza a sua
excelente tesoura feita por Sheffield, Luis ao reconhecer os méritos de Giogio
busca também melhorar a qualidade de seu tecido e observa que Giogio é admirado pelo corte perfeito que ele tem
em seus tecidos, Luis procura então Sheffield para produzir uma tesoura pra ele
com as mesmas qualidades que a tesoura de Giogio tem e observa também, que o emprego
de uma boa tesoura pode auxiliá-lo na tosquia das ovelhas e pede a Sheffield
para produzir uma tesoura adequada e este trabalho, com isso todos empregam
suas energias a produzir bens que além de admiração
e apreciação também os auxiliam na aquisição de maior energia, em outras
palavras: maior mérito...
Observem
que para falar de nossos três personagens desde o inicio não falei diretamente
em nenhum momento sobre nosso bendito medidor
de valores que é o “dinheiro” e mesmo assim é possível entender a analogia,
isso porque como já disse o dinheiro é só mais uma medida, e todas estas trocas não passam de um trabalho de importância que cada um tem para o outro
na concepção e obtenção de energia.
Isso
tudo nos mostra que a relação do valor
do dinheiro é diretamente ligada ao enriquecimento de cada um e este
enriquecimento pode assumir diversas formas de valores diferentes, pode ser valor
econômico: o produto bem concebido por Sheffield diminui o gasto de tempo e
de trabalho tanto de Luis como de Giogio; valor
de mercado: é o fato das pessoas apreciarem
um produto bem feito e no caso se aplica aos três personagens; valor de troca: as tesouras de Sheffield
são estimadas por todos e por isso quem tem uma, têm a capacidade de trocá-la
por outro bem que seja de seu maior interesse ou necessidade; valor de uso: é a satisfação que todos
têm por conseguirem adquirir excelentes produtos; valor estimado: é a estima ou apreço que cada um tem por aquilo que
se obteve ou pelo que é capaz de produzir...
Ao
olharmos para trás na história e em toda obtenção de valores na humanidade
vemos que desde os produtos ás construções mais antigas são sempre cheias de
detalhes e cores, tudo possui um certo capricho na produção e, é claro que isso
é reflexo da valorização do que cada um era capaz de fazer.

A
revolução industrial tirou aos poucos a qualidade de tudo que era feito pelo
homem para ser considerada a quantidade o fator primordial.
Valorizando o Relacionamento
Incrivelmente
uma das pessoas mais responsáveis pela revolução industrial foi também uma das
pessoas mais conscientes sobre o que é o dinheiro, em uma de suas frases ele
diz:
“O dinheiro é a coisa mais inútil do
mundo; não estou interessado nele, mas sim no que posso fazer pelo mundo com
ele”
Esta
frase pertence a Henry Ford um dos homens mais extraordinários na história da
humanidade, porém seus bons exemplos não foram tão entendidos e seguidos por
todos. Embora ele também produziu erros, mas vamos ater aqui principalmente aos méritos.
Ford
deu inicio a produção em grande quantidade de automóveis a baixo
custo por meio do artifício conhecido como "linha de montagem", no qual era capaz
de produzir um carro a cada 98 minutos, mas a questão mais interessante e
talvez pouco divulgada foi que Ford começou a pensar em quem iria consumir os
carros fabricados por ele?
Em
1914 ele tornou seus pensamentos em uma esperança de uma nova realidade quando
aumentou o salário de seus funcionários de US$ 2,34 para US$ 5,00 dólares por
dia o que mais que duplicou os salários na época, isso porque no pensamento de
Ford seus funcionários poderiam se tornar seus próprios consumidores de seus veículos,
como se não bastasse a ousadia ele também diminuiu a jornada de trabalho de 9
para 8 horas por dia e 5 dias da semana e ainda inovou dividindo o controle
acionário de sua empresa com seus funcionários.

Com o salário pago por Henry Ford um carro
custará apenas 72 dias de trabalho!
Ford
também investiu em propaganda algo muito inovador na época e também abriu
concessionárias por todo país norte americano. Nem todas as boas idéias de Ford
pareceram tão boas assim na época como a padronização da cor de fabricação, ele
também resistiu bastante à ideia de incorporação de inovações mais atuais no
modelo T, de criar linhas de crédito para que as pessoas pudessem adquirir seus
veículos, mas aos poucos ele mudou de ideia fazendo com que sua empresa se
tornasse uma das maiores financiadoras de veículos, também não o agradava a
ideia da sindicalização de seus funcionários. Henry Ford acreditava que o
mínimo de esforço de seus funcionários deveria ser usado com maior eficiência e
com isso a expansão de suas fabricas saiu do território nacional e se espalhou
em diversos países no Mundo.
Análogo
a isso vamos imaginar dois reinos:
O Reino de Sheffield
Neste
Reino Sheffield é um rei absoluto e tirano, o desenvolvimento de armas o tornou
poderoso por colocar as pessoas para produzir bens para ele em troca de poucos
benefícios, o mais creditado é que todos dentro daquele reino estariam
protegidos do mal de outros reinos. Seus súditos ganhavam em troca da opressão
apenas proteção, mas com isso eles dedicavam a produção de energia apenas para
o próprio consumo e pouco para o próprio reino, fazendo com que Sheffield os
obrigassem a gerar energia para ele de forma forçada.
O Reino de Giogio
Já
no reino de Giogio seus súditos eram livres para produzirem seus próprios bens
e Giogio em troca oferecia algo mais que proteção, ele oferecia aos seus
súditos o beneficio de se governarem e desenvolverem seus próprios meios de
produção, também de julgarem e decidirem por si mesmos a forma de desenvolverem
seus próprios benefícios, então ao invés de Giogio dizer que os protegeria
simplesmente os conscientizavam do que eles tinham de se protegerem: Seus lares
e famílias, seus bens e seus acordos convencionais...
Supondo
que ambos os reinos lutassem contra si, em qual deles você lutaria com mais vigor?
Certamente
a valorização de um bom relacionamento é capaz de produzir um reino mais
produtivo e eficiente, portanto o dinheiro que circula no reino só é de grande
estima se houver grandes valores
representados nele.
Nenhum
rei, por mais rico que seja é capaz de produzir seu próprio reino sozinho, da
mesma forma as riquezas não tem nenhum significado se não servir para
beneficiar as pessoas.
Economizar é Valorizar
Certa
vez vi uma reportagem sobre os salários pagos pelos Suíços. Um coletor de lixo
ganha um pouco menos que um médico formado de carreira. Ao pesquisar sobre isso
vi dados interessantes sobre o modo com que eles governam a si mesmos, existem
controles rigorosos para limitar os salários mais altos de executivos ao tempo
que a própria iniciativa privada aumenta estes salários para equilibrar as
diferenças.
Isto
revela que um sistema onde todos têm uma proximidade maior de adquirir bens
independentes do que fazem, trás um conjunto de benefícios maior a todos, sem
menosprezar os meios de produzir este beneficio.
O
que me leva a pensar que existem erros absolutamente fáceis de serem corrigidos
no sistema econômico atual, sem que isso gere a pandemia de uma crise de
desvalorização do dinheiro:
E
só ofertar mais dinheiro a quem ilusoriamente
tem menos valor!
Não
chega ser uma utopia mais é muito simples de entender e pra mim fica mais fácil
explicar através de uma analogia simples em uma situação hipotética.
Digamos
que Giogio por ter conseguido, através de seus méritos, ganhar tanto reconhecimento de seus feitos que agora não
precisa mais trabalhar, em outras palavras as sua energia gasta durante um
período de sua vida foi mais que suficiente para acumular sua importância existencial na sociedade e
com isso ele dedica agora seu tempo livre para cuidar do seu imenso jardim.
Mas
Luis seu grande amigo e tecelão perdeu a importância
ao ver que sua lã foi substituída pela seda. Giogio decide então ajudar seu
amigo em troca ele pede para Luis para ajudá-lo a cuidar de seu jardim
Luis
se empenha em ser um bom jardineiro e ao ver a beleza de seu jardim, Giogio
gratifica Luis com um valor bem maior
do que o combinado.
Se
sentindo grato, Luis decidiu então empregar suas energias ao oficio de
jardinagem e com isso pede para Sheffield lhe fazer ferramentas, para que ele
possa realizar seu trabalho com maior empenho empregando menos tempo e energia
física.
Assim,
Luis volta a trabalhar no jardim de Giorgio e as pessoas ao apreciarem seu
jardim, o questionam sobre quem foi seu jardineiro e Giorgio prontamente o
recomenda Luis para jardinagem, equipado com ferramentas que permite a Luis desenvolver
um bom trabalho, em um custo de menor tempo, Luis consegue se empenhar na arte
de jardinagem com maior eficiência e estimado
por todos passa ter seu valor como
jardineiro.
Giogio
ao ver a valorização de seu amigo sabe que com o tempo ele também vai precisar
novamente de chamar seu amigo para inovar seu jardim e continuar recebendo a
mesma admiração que tem e para poder
continuar com seu lindo jardim e para isto ele precisa novamente se empenhar na construção de
valores...
Já ouviu dizer que quanto mais rico mais
trabalho?
E
é bem isso que acontece mesmo, para se manter enriquecido, que é diretamente
proporcional a produção de riquezas, Giorgio vai ter que tornar ao trabalho de
enriquecer as pessoas para continuar tendo seu belo jardim...
Quando
você compra algo que lhe dá uma maior eficiência certamente você está dando
valor a sua eficiência e com isso ao dar um valor por uma ferramenta
você está valorizando a riqueza produzida por esta ferramenta, de certa forma a
flutuação entre os valores de trabalho e produção indica que o valor de algo
esta sendo direcionado para outro lado e só existe um único lado para onde as
riquezas devem ser dirigidas: O lado
Humano!
Suponhamos
que seres de outro planeta invada o nosso planeta, mas com uma boa e bela
intenção: ajudar a humanidade!
E
como premio de confiança, eles dão para cada ser humano um meio de transporte
incrivelmente eficiente capaz de voar e levar a gente para qualquer lugar do
mundo com um simples apertar de um botão, podemos estar em questão de segundos
em qualquer lugar que possamos imaginar e também transportar produtos e
qualquer coisa que possamos imaginar!
Parece
ótimo!
Mas
o que vai acontecer com os carros, caminhões, trens, aviões... E todos os
outros veículos já fabricados pelo homem?
Quem
vai querer trabalhar por algo que ficou de uma hora pra outra totalmente
inútil?
Portanto
um carro só tem valor para nós porque acreditamos que existe valor no que ele
faz.
Da
mesma forma deveríamos valorizar o ser humano por este ter valor no que é capaz
de fazer, o que parece obvio é que o valor esta em quem ajuda a produzir as
riquezas e não na riqueza em si mesma.
Qual
o valor de um diamante no bolso de um mendigo?
Ou
melhor, se pensarmos:
O
que você faria por um mendigo pra ele te dar um diamante?
Bom,
você poderia dar um banho nele, cortar os cabelos dele, dar a ele roupas
limpas... Enfim o que temos a oferecer a cada um é o que você pode fazer por
você mesmo, então cada um de nós merece ser visto como um diamante...
Eu
vejo hoje em dia a vida humana sendo valorizada a todo custo!
Nos
comovemos com acidente, com quem morre cedo, com desastres naturais...
E
tudo isso me faz pensar que se economizamos, ou seja, poupamos energia, é para
direcionar está energia para aquilo que realmente merece nosso respeito, a nossa consideração, e com certeza se tem algo que merece nossa consideração é a vida,
portanto não adianta acumular este medidor de valores embaixo do colchão, como
um mendigo que guarda seu diamante no bolso de uma roupa suja e rasgada, é
preciso enriquecer o seu jardim e dar valor ao ser humano, que faz o seu jardim
admirável, se ser admirado lhe faz bem passe isso adiante multiplique isso
valorizando as pessoas que te enriquecem, sua empregada doméstica, seu
motorista... Vejo gente que é capaz de pagar R$ 50.000,00 numa simples bolsa e acaba por enriquecer quem já é rico e na hora que mostra seus empregados estes estão
de cabeça baixa se vendo obrigados a serem honestos por que o mundo simplesmente os obriga a tocar a vida sem o direito de realmente viver!
Elysium
Há
pouco tempo assisti a um filme chamado Elysium
um filme interessante, mas com erros que por mais absurdos que pareçam poderiam
ser fatos se houvesse mesmo a oportunidade de certos seres de fazerem isso.
Elysium é um pequeno mundo a parte e
fora deste mundo onde os ricos têm tudo enquanto quem está no mundo são apenas
peças que são usadas por estes!
É
incrível ver que esta ênfase cinematográfica na realidade permeia o Universo de
muita gente que dirige as riquezas apenas para o seu próprio prazer e devoção
de seu ego, mas a tentativa mais absurda ainda é fazer com que os ricos paguem
+ por serem ricos!
Bom
a idéia é que quem ganha mais paga mais, só que quem ganha mais naturalmente
gasta mais, usa mais recursos e também adquire mais riquezas e com isso já está
pagando mais, mas para compensar as outras pessoas que não tem tanta sorte
assim o que se faz no sistema de governo é cobrar mais impostos dos ricos!
Isso
é uma ilusão enorme fazer com que o rico enriqueça um órgão (governo) para que este órgão
enriqueça os outros órgãos (povo)!
Assim
como num sistema orgânico o rico deveria enriquecer a quem lhe prestam riquezas, como ao invés de pagar R$ 50.000,00 numa bolsa, que tal gastar R$ 50.000,00 por
ano com uma faxineira?
Mas
por revolta, ganância, avareza, seja lá o que for, o rico tem a péssima ilusão
de que ele já contribui pagando mais imposto!

Um
sistema de governo onde os menos capazes para liderar são eleitos pelos menos
capazes de produzir, e onde os membros da sociedade menos capazes de se
sustentarem ou terem sucesso são recompensados com bens e serviços pagos pelo
confisco da riqueza de um numero decrescente de produtores.
O
certo é que o ano de 2013 por causa de 20 centavos de aumento na passagem de
ônibus gerou uma onda de protestos aqui no Brasil!
Isso
talvez seja o sinal de que o sangue arterial de um país pode radicalmente se
transformar em venoso, quando estes se virem obrigados a desprenderem mais energia
para o organismo, sem receber uma boa dose de oxigênio, este sangue pode
brutalmente virar o veneno e levar toda esta estrutura orgânica a perda de seu
valor, e há uma maneira fácil de mudar isso quando todos mudarem a forma de
olhar para o dinheiro e virem que aquilo não tem nenhum significado se não forem empregados
para oxigenar o sangue, adquirir proteínas e fluir como a água neste imenso
corpo que é o nosso mundo, levando e trazendo para todos “o bem estar” de uma
vida onde o negócio bom mesmo é levar
vantagem a todos!
E isso é o Céeeerto!
Certo?