Como
vimos em: Pra ser Feliz Vale tudo??? Nossa
sociedade caminha em busca de um real conhecimento de si mesma e nisso o
conhecimento de quem somos tem sido promulgados por todos como a luta contra os
chamados preconceitos onde o que é realmente importante é ser feliz. Se você
não matar, não roubar e seus atos só atingirem somente a ti mesmo qualquer
forma de ser tem sido validada, como se o contrario é uma ação pré-conceituosa,
mas quem é que nasce com todos os conceitos já formados?
A
revolução industrial tornou o ser humano também um ser pré-produzido onde a
forma de ser livre e desatinada se tornou a fórmula da felicidade, as pessoas
estão bebendo cada vez mais, fumando, usando drogas e isso se tornou o sinônimo
do direito de livre expressão, de liberdade de ser e de pensamento, enquanto
todos estão lutando por seus direitos parece que todos se esquecem do
principal: As obrigações!

Na
verdade estes códigos foram estabelecidos outras vezes ao longo da história da
humanidade, desde 539 a .C.
o cilindro de Ciro, encontrado na Pérsia, é tido como o mais antigo registro de
uma declaração dos direitos Universais da Humanidade.
O
que foi perdido ao longo da história, foi que em todas as vezes que se criaram
estas declarações, buscava-se não só garantir os direitos, mas e principalmente
estabelecer as obrigações de todos para com todos, em relação ao respeito mútuo
e garantir igualdades entre todos independente de raça, credo condição social...
E depois de
todos estes esforços vemos uma sociedade comercializando a felicidade!
As
propagandas vendem o tempo todo que a felicidade esta em festas arraigadas de
bebidas, as próprias empresas de bebidas promovem grandes festas, Shows e
eventos sempre mostrando que ‘o ser feliz’ é aquele que bebe e com isso, este
ser está sempre cercado de amigos, se envolvem em grandes conquistas...
É
comum entre os jovens ao verem um amigo “se soltando” questionarem o mesmo se
está sobre efeito de álcool ou drogado, como se o ser feliz fosse conquistado
por esta via. Parece até que estou falando de moralidade ou exigindo severidade
das pessoas... Mas como se podem gerar conceitos sem estabelecer em si uma
ordem?
Como
idealizar sem ter ideais?
É um tanto contraditório achar que sendo de direito o livre pensamento, que o próprio pensamento virá sem se quer se argumentar
sobre o que é que estamos pensando!
Nossa
memória genética não trás por si só a informação dos ditames de como somos,
temos que descobrir como somos, quem somos e o que nos torna ser assim?
É
sábio que grande parte do que somos é ditado pela sociedade em que vivemos se
moramos em outro país assumimos a cultura local, pensamos como a maioria em
nossa volta pensa e até nossa memória dos fatos pode ser alterada pela crença em
associação com a crença dos outros.
Antigamente,
mas não muito a homossexualidade não era tão comum, porém os ditos homossexuais
eram de certa maneira ainda heterossexuais como identificar o seu par como
sendo do sexo oposto a sua opção, exemplo: um Homem homossexual tinha em sua
maioria, no passado, a identidade feminina enquanto seu parceiro deveria ter a
identidade masculina, o mesmo ocorria na homossexualidade feminina, onde uma
fazia o par masculino.
Hoje
em dia até mesmo esta identidade cultural tem se perdido!
A
humanidade em nome dos “direitos” e sem conceito tem gerado uma geração sem
identidade, feita de ídolos da “moda” roupas da moda, músicas da moda... Quando
que a moda na verdade não significa ter algo de bom gosto, ou melhor, e nem
pior. Moda quer dizer atual, ou seja:
Atualmente se consome estas roupas, se houve estas músicas... O que não vem a
dizer que isto seja melhor ou pior do
que o que se tinha antes, é simplesmente o atual.
Estamos
com isso caminhando não no sentido de evolução, mas no caminho da contra-adição
de valores sejam eles quais forem, estamos apenas seguindo a corrente como se a
corrente ou o fluxo nos levasse para o melhor lugar, quando na verdade todo
fluxo sempre vai para baixo!
Para
não agir com preconceito as pessoas tem agido sem a busca de um real conceito,
frases curtas e populares são usadas por todos como se estas frases fossem
carregadas de sabedoria e imutáveis, como dizer que o importante mesmo é ser
feliz! Será que já temos um conceito totalizado do que é felicidade?
Os
antigos filósofos sempre se questionaram sobre a felicidade. Platão chegou a
acreditar que o caminho ideal para a felicidade seria viver em uma sociedade
onde os casamentos seriam coletivos e os filhos seriam como um bem comum a
todos! É claro que este conceito nunca chegou a produzir uma sociedade melhor,
mais justa e feliz, pois se assim promovesse o modelo que se segue hoje teria
sido derrotado já há muito tempo.
Em
1954, o psicólogo americano James Olds, ao realizar experiências em ratos, para
estudar o "estado de alerta, colocou, por engano, os eletrodos em uma área
profunda do cérebro destes tida como responsável pelas reações emocionais.
Os referidos
elétrodos estavam conectados, através de fios, a uma alavanca que permitia, ao
animal já devidamente treinado, acioná-la, sempre que desejasse.
Então, Olds
verificou que os roedores passaram a acionar o dispositivo freneticamente, como
se da estimulação cerebral resultante, lhe adviesse uma imensa satisfação, repetindo
a experiência com outros ratos, resultados idênticos foram obtidos, sendo que
alguns chegavam a acionar a alavanca de 4 a 5 mil vezes no período de
uma hora.
E o prazer que
obtinham devia ser de tal intensidade, que nem a fome e nem estímulos dolorosos
conseguiam interromper o processo. Eles somente paravam de se auto estimular
quando vencidos pela exaustão.
Olds havia
descoberto as áreas cerebrais responsáveis pela sensação de recompensa!
Isso
nos trás a seguinte questão:
O
ser humano livre de qualquer conceito ao receber um estimulo que supostamente
lhe cause satisfação passa então a ser dominado pelo desejo de satisfação e
isso torna o ser preso a viver de acordo com estímulos externos, sem a
apreciação de sua própria razão, o que faz com que o ser passe a viver em
função dos estímulos mesmo que estes estejam de certa forma contrária as suas
necessidades biológicas, como comer, beber, reproduzir...
Por isso, ao
agir em função de suas emoções o ser perde aos poucos a necessidade de
conceituá-las, é o que acontece quando um homem, por exemplo, diante de outro
homem sexualmente atraente é totalmente compreensivo sentir alguma emoção, que
não implica em vir a ser homossexual, mas o ser que vive em função dos
estímulos passa a questionar se é valido viver esse estimulo e como nada em seu
conceito implica-o em se proibir, de vivenciar este estimulo, já que em seus
conceitos, pré-moldados pela sociedade lhe dizem: “pra ser feliz vale tudo” se
libera o ser de uma razão conceituada, este pode ir então a buscar vivenciar
este prazer!
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Por tudo isso a derrota dos preconceitos leva a contradição de se adquirir um verdadeiro conceito, passamos então pelo conflito de viver as emoções ou lutar pelos ditames das velhas razões. |
É preciso
entender que: seja qual for o estimulo do prazer que lhe preencha as emoções,
ao vivenciá-las sempre teremos satisfação, sempre. Nós podemos até sermos
cruéis para com os outros se a crueldade lhe proporcionar prazer como no caso
do sadismo ou do masoquismo, isso leva o ser a ultrapassar os limites de sua
própria sanidade, como ratos que mesmo com suas necessidades biológicas para
suprir, a vontade de viver passa então a dar mais importância ao prazer do que a
própria existência. O ser humano é uma das maquinas mais livres de toda
história da evolução da vida, não precisamos fugir de grandes predadores já que
o maior predador somos nós mesmos, somos auto-curáveis, pois produzimos nossa
cura até de maneira artificial ao manipular a ciência para produzir a própria
cura, não precisamos estar ciente de tudo que nos cerca, já que cada um ao
realizar uma determinada tarefa dentro da sociedade, pode empenhar um pequeno
papel na construção dessa complexa modernidade, com isso empenhamos nossa razão
apenas nas construções de bens ou para funções dentro de nossa sociedade, mas
sobre nós mesmos somos seres confusos e difusos em nossas conclusões, copiamos
argumentos sem pesá-los dentro de uma conceituação profunda e assim vivemos na
superfície da razão e escravos da emoção.
Há conceitos
que são perenes e outros até maleáveis, mas somos nós que na busca de viver
sobre o caminho de nossos verdadeiros desejos precisamos encontrar e até frear
nossas emoções, para que possamos construir com esta nossa felicidade! Nenhum
ser humano foi capaz de voar só pela emoção, foi preciso usar a razão para
depois viver a emoção de voar, portanto procure conceituar melhor seus desejos
para a adição daquilo que realmente lhe fará feliz.
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