Nossos Amigos Imaginários!
O Paradoxo da Espontaneidade
Estamos sempre
falando e falando, assim que acordamos já pensamos em palavras e assuntos,
lembranças e desejos, mas estamos falando com quem?
Quando
crianças, criamos nossos amigos imaginários, uma versão antecipada de nós
mesmos para que com essas interações possamos criar nosso próprio “EU”
geralmente quando não encontramos respostas dentro dos limites do mundo físico,
no qual existimos, nosso “EU” imaginário é cheio de super poderes, em nossa visão
infantil podemos voar e subir até os céus, mergulhar em águas profundas correr
o mais rápido que podemos imaginar...
No
entanto nossa imaginação não opera com as chamadas “leis da física” que embora
pelo nome “Leis” não são regras
criadas por nós, são regras que descobrimos existir no Universo no qual
vivemos, podemos fazer qualquer coisa, como na imaginação, porém dentro do
conhecimento dessas leis. E assim
vamos descobrindo que um carrinho para andar precisa de um motor, seja elétrico
ou de combustão nos interessamos vagamente em entender seu funcionamento para
que com o uso da imaginação possamos ter nosso carrinho mais próximo da
realidade que nos cerca, análogo a isto também vamos construindo nossas emoções
e nos satisfazendo quando nossos desejos são realizados, só não sabemos ao
certo de onde vêm estes desejos!
Podemos
usar a imaginação ou nossas emoções para escolher nossa cor preferida, o sabor
do sorvete que mais gostamos e assim descobrimos logo cedo que as emoções têm
respostas para tudo e nossa imaginação é capaz de construir para nós o melhor
caminho para termos realizados os nossos desejos.
Mas
até que ponto isso dá certo, ou melhor:
Até que ponto isso nos conduz a nós mesmos?
Não nascemos
prontos ou pré-programados para sermos quem somos, somos o que somos por que
nos tornamos a ser quem somos, construindo a cada dia o nosso ser, geralmente
com a ajuda de nossos amigos imaginários.
Podemos achar
que com o fim da infância os amigos imaginários se vão, porém eles só mudam de
proporção e passam a ser não só o nosso amigo, mas o amigo de todos que em um senso
coletivo se cria para compartilhar, sejam eles Deuses ou ídolos, grandes homens da
história humana ou arquitetos de um avanço em nosso conhecimento e então o
achar toma o lugar da certeza, da certeza de que esse amigo existe e está vivo
entre nós!
Qualquer
semelhança disso com as religiões não é mera coincidência.
Pra piorar
ainda mais as dificuldades que temos na construção do nosso “eu” esses amigos
são cheios de super poderes, geralmente vivem nos Céus muito longe de nós,
embora lá do alto, são capazes de ver tudo que fazemos e nos envia respostas
contando histórias do passado e mostrando a nós como eles usam seus poderes,
principalmente para testar nossa lealdade e veneração.
A conhecida
história de Jó é um exemplo clássico disso!
Como exemplo
de lealdade e veneração Jó perde tudo que tem perante um semi-deus cruel que o
tormenta para deixar de adorar a Deus e esse mesmo Deus ouve as dúvidas desse
semi-deus e como num jogo de cara ou coroa através da proposta do semi-deus são
verificados quais os limites que Jó é capaz de enfrentar para mudar sua opinião
sobre Deus!
Mas Deus como
nossos heróis imaginários com seus super poderes sempre acabam vencendo então
como recompensa o mesmo Deus reintrega Jó tudo que perdeu.
Bom a história
parece bacana, mas e a vida dos primeiros filhos de Jó, sua esposa e até mesmo
seus bens eram apenas moeda de troca para a tentação do maligno?
(Mais uma vez
quero afirmar que acredito na existência de Deus, porém dentro da própria
ciência do Universo e não das idéias e histórias que foram criadas através dos
tempos sem uma base mais profunda dos verdadeiros valores humanos que, aliás,
ainda esta sendo construído pela própria humanidade).
Isto aponta para
os erros que cometemos quando findamos nosso conhecimento em nossos amigos da
imaginação sem buscar um avanço maior nos leva a estagnação do próprio
conhecimento.
Estagnar é de
certa forma uma maneira de manter a unidade entre grupos, assim como os animais
que se submetem ao mais forte assim as sociedades humanas são submetidas às
opiniões dos que as impõem perante a maioria a sua própria ignorância deixando
de se antever ao verdadeiro conhecimento, é como perguntar ao líder como surgiu
o Universo e em prosa a explicação vem apenas das poucas observações que este
mesmo fez. Como a pergunta:
Quem veio primeiro o ovo ou a galinha?
Um líder, pajé
ou ancião poderá dizer que toda vida começou de um grande e enorme ovo que em
seu rebento originou todas as coisas, embora isso se pareça com uma versão
primaria do Big-Bang não houve uma pesquisa de tal sobre o fato, apenas o
relato de sua imaginação e sua totalização simplista do seu conhecimento.
Como esse
relato é facilmente aceito pela maioria assume-se ser esta a verdade e poucos
são os que ousam questionar seus lideres até mesmo por sua força e poder sobre os
outros estes podem submeter ao castigo a ousadia, e então todos se calam e
aceitam como verdade endêmica sua gestão sobre o assunto.
É notório que
em todas as religiões ousadia e audácia muitas vezes merecem castigo!
Mas em nossa
era atual isso vem mudando.
Nossos heróis
não são mais mocinhos bonzinhos que fazem tudo certinho, eles às vezes têm
ataques de fúria e também erram em seus julgamentos, como no artigo: Vilões os
Verdadeiros Heróis
http://reflexhuman.blogspot.com.br/2013/02/viloes-os-verdadeiros-herois.html
http://reflexhuman.blogspot.com.br/2013/02/viloes-os-verdadeiros-herois.html
Sempre vemos
entre os heróis que destruir é mais fácil que construir, os heróis usam os seus
poderes e força para destruir o que os vilões construíram... Maiores detalhes
você pode ver no artigo.
Nossos vilões
nos últimos 300 anos são hoje os grandes heróis de toda sociedade ao
descobrirem, por exemplo, que a Terra não era o centro do Universo, que os
micróbios são responsáveis por certas doenças, o poder escondido dentro do
átomo... A maioria dos grandes nomes da ciência passou por ridicularização da
sociedade, até a vacina era relacionada como algo demoníaco e até violava a
moral por exigirem que as mulheres exporem seus braços para os médicos!
Em meio a tudo
isso nossos amigos imaginários começaram a perder seus poderes mágicos e ganhar
conhecimento cientifico, nos quais todos estão sujeitos a ter perante uma
sociedade que exige este conhecimento para produzir bens e serviços, em meio a
isso as dúvidas sobre a existência de Deus ou de deuses surgiram já que a estes
aparentemente não cabe nenhum poder perante as “leis” do mundo físico, e não
são capazes de nos castigar por nossas falhas. Restou então o castigo divino,
da alma que será julgada ao chegar do outro lado, a justiça na Terra é vista
como injusta, mas no mundo imaginário onde vive nossa imaginação existem seres
justos e corretos que castigaram os maus e beneficiará os bons.
Em nossa
imaginação acreditamos que estamos sendo ouvidos seja por Deus ou pelo Universo
e este nos atenderá, então como crianças ao brincar de ser adultos esperamos
que os fatos ocorram de acordo com o que imaginamos, este é o Paradoxo da Espontaneidade!
Ficamos muito
zangados quando os fatos não ocorrem de acordo com nossos desejos e estamos
sempre esperando pela correspondência do Universo ou de Deus.
Em nossa mente
tudo sempre acaba bem, mas o Universo muitas vezes não corresponde assim e com
suas Leis segue consumindo o tempo enquanto nós sempre esperamos pelo momento
futuro que este seja espontâneo ao bem que acreditamos merecer!
E quando não
acontece nos sentimos injustiçados, reclamamos com nossa imaginação e buscamos
mais uma vez entender de onde vieram os erros e as falhas. Este sempre vem de
fora, do outro ou das outras pessoas que não souberam executar o papel que
criamos e dificilmente culpamos nossa mente por ter criado uma ilusão que não
veio acontecer no mundo real.
- Por que o Universo deixou escapar a
oportunidade?
Perguntamos a
nós mesmos!
A resposta
nunca é e nunca será respondida, pois para quem tem o infinito o que importa
como as coisas ocorram?
O que importa
como você é ou o que você faz ou deixou de fazer se o próprio infinito ou o
Deus eterno nos dá a cada segundo infinitas possibilidades de ser e de agir, de
pensar e realizar, não há benevolência maior do que a liberdade de ser quem
quer que você seja ou deseja ser neste nosso Universo regido por Leis, só precisamos segui-las para termos
o que queremos e é claro que o Universo permite que coloquemos nossas
convenções em um papel e estas possam empenhar uma direção em nossas vidas,
como é o caso do dinheiro que em um simples pedaço de papel desenhado de forma
a impedir fraudes, nos permite trocar o trabalho que empenhamos na sociedade
pelo trabalho de outro alguém, pois tudo que criamos é fruto de um trabalho
realizado e por incrível que pareça o trabalho é regido por Leis do próprio Universo que assim como
o dinheiro também não permite fraudes e nem que se corrompa a ordem natural que
o rege. Mesmo que não tenhamos total consciência de como e por que existe a
força da gravidade e todos somos regidos por esta força (se bem que discordo
com esta visão, de que a gravidade é uma força, mas isso é para outro artigo) e somente se buscarmos com nossa
imaginação uma compreensão maior para poder escapar dessa força, por exemplo,
ai então poderão levar nossos heróis ao espaço seguindo a lógica que rege o
Universo.
Da mesma forma
devem existir muitas outras lógicas que regem nossas vidas, mesmo que tenhamos
o livre arbítrio sobre nós mesmos existe sim uma forma melhor e mais adequada
para realmente conseguirmos o que queremos, se você quer amor, um amor humano
maior que só o desejo do corpo, por lógica usar o corpo para obter amor é usar o
sexo para amar, e o que é mais atrativo, o sexo ou o amor?
É obvio que o
sexo é mais atrativo físico e real, já o amor é como o dinheiro, faz parte de
nossas convenções dentro de nossa sociedade, ele não se vê, mas tem um valor
compulsório sobre nossas vidas e nossa consciência, todos se agradam em ver um
casal de velhinhos que dizem estar juntos desde a adolescência, no entanto quem
quer na sua adolescência encontrar um amor tão duradouro assim?

Só que neste
mundo as regras se fazem de acordo com a imagem!
Um homem
considerado atraente e com o poder que o dinheiro lhe trás sabe muito bem que
pode seduzir a mulher que quiser e com este poder ele não vai em busca do amor
e sim do prazer que sua própria imagem lhe permite ter, por outro lado às
mulheres em mesma situação imaginam que com seu poder de sedução e sexo vai
conseguir prender um homem no seu desejo de amor, na imaginação onde tudo funciona
bem, a realidade e o objetivo de cada um ocorre até o ponto que eles se
desencontram, o homem ao conseguir sexo já logo imagina que por ter sido fácil
a mulher por mais linda que seja não serve para amar, em contra partida a
mulher por ter conseguido seduzir acredita que esta segura em seu desejo de ser
amada e assim cada um em seu paradoxo da espontaneidade vivem emoções
diferentes em um mesmo contexto.
E então
continuamos em nossa saga solitária e escondida dentro de nossa mente esperando
encontrar a satisfação de nossos sonhos, mas não investimos nossa realidade
para que isto aconteça dentro de um contexto mais profundo da busca que
realmente desejamos.
Nossa querida
amiga, a imaginação, se vê açoitada pelo nosso próprio comportamento e isso que
nos leva ao sofrimento, é o desacordo que temos entre a imaginação e a
realidade.
Se um homem
realmente quer ser amado, respeitado e constituir uma família este não vai buscar
isso em uma boate onde está cheio de mulheres achando que com sua sensualidade
tem o poder de fazer o homem se entregar aos seus anseios, da mesma forma uma
mulher que busca uma relação que seja de confiança e amor, alguém com quem ela
possa realizar seus desejos mais eróticos e ter nesse mesmo homem um marido,
companheiro e amigo, sabendo que no futuro a sedução se vai mais o sentimento
fica não vai encontrar isso em um homem em pé numa boate com um copo de bebida
na mão e cercado de outras mulheres.
Precisamos ser
honestos com nossa voz interior e não só imaginar, mas falar, dizer e guiar
nossos passos para o que realmente nos interessa e nos realmente importa.
Se por falta
de um compromisso maior você for querer aproveitar a vida ao bel prazer de suas
emoções, você pode fazer e viver isso, mo entanto até quando você vai viver sem
os valores necessários para adquirir uma vida que seja verdadeira, no mundo
real e na imaginação?
Nossos amigos
imaginários só poderão te ajudar se você em sua espontaneidade tiver um rumo a
seguir em harmonia com sua própria história para não criar paradoxos entre o
que realmente se quer e o que realmente se vive.
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