Á
razão é capacidade que temos de chegar a conclusões lógicas, de julgar e/ou
avaliar algo, de compreender ou entender o que é direito correto ou até mesmo
estabelecer critérios para a realização de algo, estabelecer normas ou padrões
pra uma melhor comunicação entre os seres e até de seus afazeres... Enfim a razão envolve tudo que nos cerca e a
nós mesmos, sejam estabelecendo normas de bom senso, prudência, justificando
ações ou nossos pontos de vista, nossas argumentações estabelecendo coerência
em nossas relações.
Em
outras eras quando o ser humano ainda em sua faze primitiva tinham a razão como
um senso coletivo, onde de certa forma todos acabavam concordando com seus
lideres; as suas idéias que embora a razão não fosse tão clara a concordância
entre todos davam a mesma o intuito de validade.
Como
estabelecer que deva haver um sacrifício pra que pudesse chover ou que um
determinado ritual lhe desse uma comunicação direta com seres superiores para
ter por enfim o direito do ser á razão!
E
assim uma das formas de poder entre o ser humano passou a ser o uso da razão
mesmo essa não sendo usada como uma ferramenta para o crescimento das relações
humanas, apenas como um instrumento dogmático ou até mesmo gerador de
paradigmas, mas com a evolução industrial o crescimento e conhecimento em todas
as áreas, sejam na área cientifica, tecnológicos, humanas ou exatas etc. a
razão se mostrou uma ferramenta com um poder de construção até então
inimaginável pelo homem, como a comunicação a longa distancia, transmissão de
imagens, o conhecimento e o uso da eletricidade... O homem alcançou um
conhecimento grande e notório a sua volta que elevou o uso da razão a um
patamar mais satisfatório, e com isso a razão como instrumento para o
aperfeiçoamento do próprio ser tem sido empregado em diversas áreas.
Muito
tem sido discutido sobre as formas de ser, do próprio ser e a razão neste
aspecto tem sido deixada de lado pelo simples fato do individualismo, que tem
se empregado em nossa sociedade, sendo usado como forma de legalizar qualquer
forma de ser, já que a forma prejudicial aparentemente só afeta o próprio ser.
Mas
e a razão de ser?
Será
mesmo que qualquer forma de ser é uma forma dita pela razão de ser, seja ela
qual for?
Há
razão em ser... como vemos em certos seres, o que realmente ser?
A
razão no aspecto humano tem avançado muito lenta e vagarosamente com relação ao
próprio ser humano e isso tem sido deixado para aqueles que por algum motivo
parece ter perdido a razão!
É
o caso de certas doenças como a depressão que nada mais é do que o ser que foi
afetado nas suas razões, de ser ou até mesmo só de sentir, quando o ser vê que
suas razões não o elevaram aos patamares mais satisfatórios para com sua
vivência; e assim o ser afetado em sua razão cai em depressão que podemos traduzir
como a perda da força, da pressão que antes exercia para sua vivencia.
Podemos
dizer que a razão sendo empregada em nosso viver nos tiraria desta
característica que parece ser tão importante na atualidade, que é a liberdade e
nos confinaria a tal forma de ser que tudo deveria funcionar como a operação de
uma maquina, onde tal ordem ou comando realizaria um trabalho ou operaria de
tal forma que o resultado, no caso seria sempre o mesmo, como um trabalho
mecânico, que ao ser realizando resultaria na concepção de um produto ou um
trabalho realizado. Sendo assim a razão nos daria sempre o evento para o qual a
empregamos, como por exemplo, o querer ser feliz!
Mas
como empregar a razão para sermos felizes?
Mais
do que um instrumento, a razão é o próprio mecanismo na construção de algo, seja
algo físico, como um carro, por exemplo, onde cada peça se encontra no seu
devido lugar e assim a mecânica de um carro esta apta a funcionar dentro da
concepção de ser um carro. Assim também a razão é o mecanismo para construção
do nosso ser, por isso para termos uma profissão precisamos adaptar nosso ser e
até mesmo nossa razão para ser um profissional, como um médico, por exemplo, a
sua razão de tão adaptada a avaliar doenças ao relatarmos uma dor em alguma
parte do corpo, sua mecânica, a razão, já logo avalia tal dor e conhece a forma
de sanar tal problema.
Da
mesma forma se buscarmos conhecer pela razão a própria razão de nossos atos e
de nossos anseios teremos então uma resposta da nossa própria razão para sermos
quem somos.
Mas
o grande problema é quando agimos pelas paixões e tentamos usar a razão para
justificá-las, dando um exemplo: Uma pessoa em uma manifestação popular ao
quebrar uma lixeira comete uma atitude levada pela rebelia de sua paixão no
momento, mas qual a razão de se quebrar uma lixeira?
Certamente
não há razão que consiga explicar tal ato, mas sem o uso da razão passamos a
agir sem o conhecimento de nós mesmos, o ser humano muito antes do emprego da
razão agia levado pela emoção e este por um mecanismo de defesa ao próprio ser
sempre da uma resposta rápida sem uma avalia prévia, como um ato de agressão,
por exemplo, agredir ou apenas demonstrar agressividade é para os animais um
mecanismo de defesa, é usar a força para demonstrar força, não que o ser queira
realmente agredir, apenas demonstra que em tal situação é assim que ele vai
agir. Então como um animal que opera sem razão apenas movido pela paixão o ser
humano manifesta sua agressividade e quebra uma lixeira pra mostrar que ele é
capaz de quebrar a ordem existente, de burlar o que é correto para ter a
atenção.
O
córtex cerebral pré-frontal, região do cérebro responsável pelo processamento lógico,
surgiu relativamente tarde na evolução da espécie humana. Já as emoções e os
instintos são heranças de nossos ancestrais há muito mais tempo. Por isso elas
são tão fortes e nos influenciam tanto. "A filosofia considera o ser
humano um animal racional. Mas o que sabemos é que apenas em certas
circunstâncias e à custa de muito esforço conseguimos ser racionais",
afirma Vitor Haase, médico e professor de psicologia da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG).
Por
isso o emprego da razão muitas vezes é tardio e só se manifesta depois de
nossos erros de julgamentos e em muitos casos julgamos como prioridade nossas
necessidades para depois tomarmos uma decisão sobre algo. Um exemplo disso é a
pesquisa realizada por pesquisadores das universidades de Bem Gurion, em
Israel, e Columbia, nos Estados Unidos, eles analisaram o comportamento de
juízes que deveriam decidir sobre a liberdade condicional de presos (um
processo rápido, que leva 6 minutos). Em média, somente 35% dos condenados
ganhavam a condicional. Mas os cientistas perceberam que os juízes eram muito
mais benevolentes depois de comer. Quando eles tinham acabado de fazer uma
refeição, a taxa de aprovação subia para 65%. Com o passar do tempo, a fome
vinha chegando, e a concessão de liberdade condicional ia caindo. Minutos antes
do próximo lanche, o índice de aprovação era quase zero. Ou seja, mesmo em tomadas
de decisões que deveriam ser imparciais a razão prioriza as suas necessidades e
quando não são cumpridas as decisões são tomadas como uma manifestação rebelde
de força semelhante ao caso da lixeira, uma demonstração de poder por não ter
sua própria necessidade saciada.
Assim
o emprego da razão é mais lenta do que o emprego dos instintos e nossa
avaliação lenta é sempre mais lógica e precisa enquanto a avaliação rápida é
mais instintiva e até irresponsável perante a razão.
Então
construímos este mundo a nossa volta com o emprego da razão, mas para nós mesmos
deixamos a razão de lado e priorizamos as respostas instintivas e baseadas em
nossas experiências pessoais.
Como
no caso de uma pessoa ao passar por um trauma sempre age com agressividade a se
ver em situação semelhante ao seu trauma, como uma resposta instintiva para não
reviver a mesma circunstância ela acaba agindo instintivamente ao que lhe
parece ser um novo trauma, mas sem o emprego da razão ela pode estar agredindo
justamente quem quer lhe ajudar.
Há
razão para tal?
Bem,
por isso a pergunta é: Há razão pela razão?
Mas
é preciso saber em qual momento está se empregando a razão ou apenas agindo com
o lado mais primitivo de nossa mente, com certeza o bom uso da razão sobre nós
mesmos ainda não foi totalmente assimilado por nossa natureza e, portanto não
somos tão racionais assim na construção de nosso próprio ser.
Vemos
então que o esforço para sermos racionais e usarmos a mecânica da razão sobre
nós é um esforço que exige treinamento diário, é como ter que ir a academia
para exercitar o corpo, precisamos constantemente ir para dentro de nós mesmos e
exercitarmos a razão, não somente para justificar nosso repudio a lixeira e
produzir mais lixo, em nossa mente, só pra parecer ter razão ou simplesmente
reprovar a condição do próximo para poder saciar nossa fome, mas sim usarmos a
razão pelo simples fato de ser ela; a razão, dona de nosso ser e com esta, criarmos a mecânica para
termos na vida o que realmente queremos.
A
felicidade só é verdadeira quando Há Razão para sermos felizes.