De: Maria Cecile Azambuja
Jornalista
No século
XIX, Charles Darwin revolucionou a ciência com suas teorias a respeito da
evolução das espécies. No século seguinte, outro inglês, Rupert Sheldrake,
também causou polêmica no meio científico. Suas teorias são consideradas
revolucionárias porque abalam as verdades já estabelecidas sobre a origem das
espécies. Apesar de parecerem muito complicadas elas podem ser resumidas de uma
maneira bem simples: a natureza tem
memória.
Como todo
grande cientista, Rupert Sheldrake sempre foi um observador da natureza.
Descobriu muito cedo que ela está a todo o momento produzindo pistas que podem
nos levar a novas respostas sobre o mistério da criação. A primeira grande
"revelação" aconteceu quando tinha menos de cinco anos de idade. Ele
observava um galho que brotava de uma estaca de madeira que parecia estar
morta. Ficou fascinado com a capacidade de renascimento da planta e começou a
tentar compreender o mistério que se esconde nos processos de morte e de
regeneração sempre presentes na natureza.
Depois de
muitos anos de estudo e pesquisa chegou à conclusão de que a chave desse
mistério estaria numa espécie de memória: uma memória coletiva e inconsciente
que faz com que formas e hábitos sejam transmitidos de geração para geração.
Sheldrake chamou essa memória coletiva de campo mórfico. Esse campo seria uma
região de influência que atua dentro e em torno de todo organismo vivo. Algo
parecido com o campo eletromagnético que existe em volta dos imãs.
Para o
cientista, cada grupo de animais, plantas, pássaros etc. estão cercados por uma
espécie de campo invisível que contém uma memória e que sugere que as leis da
natureza são como hábitos. Cada animal usa a memória de todos os outros animais
da sua espécie. Esses campos são o meio pelo qual os hábitos de cada espécie se
formam se mantém e se repetem. Os seres humanos também têm uma memória comum. É
o que Jung chamou de inconsciente coletivo.
A
existência dos campos mórficos pode ser demonstrada de várias maneiras.
Sheldrake
já realizou várias pesquisas para provar que o corpo possui um campo mórfico e
quando se perde uma parte desse corpo, o campo permanece, um exemplo, uma das
experiências que fez: uma pessoa que não tem parte do braço age como se
estivesse empurrando o membro fantasma através de uma tela fina. Do outro lado
da tela, outra pessoa tenta tocar o braço fantasma. De acordo com Sheldrake, as
duas pessoas envolvidas na experiência são capazes de sentir o toque. É uma
prova de que alguma coisa do braço ainda existe concretamente e não apenas no
cérebro da pessoa que o perdeu.
Os campos
mórficos também se aplicam àquela sensação que a maioria das pessoas tem quando
sente que está sendo observada por trás. A pessoa se vira e comprova que alguém
realmente a estava observando.
A respeito
da teoria da memória coletiva, Sheldrake lança uma luz sobre a questão da
existência de vidas passadas. Ele diz que às vezes as pessoas podem entrar em
sintonia com as memórias de outra pessoa que existiu no passado. O que não
significa que elas foram realmente àquelas pessoas, mas que se teve acesso à
memória dela.
A
aplicação prática mais importante dos campos mórficos pode estar na educação.
Sheldrake garante que os seres humanos aprendem com mais facilidade o que os
outros aprenderam antes. Esse fenômeno é muito comum entre os químicos. Quando
um deles tenta cristalizar um novo composto leva muito tempo para conseguir um
bom resultado. Mas a partir desse momento em outros lugares do mundo muitos
outros químicos conseguem cristalizar o mesmo composto num tempo muito mais
curto. A experiência mais fácil de compreender é a que foi feita numa
universidade inglesa. Alguns pesquisadores conseguiram provar que as palavras
cruzadas dos jornais são muito mais fáceis de resolver quando feitas no dia
seguinte à publicação original.
Mas além
de um grande bioquímico, Sheldrake também pode ser considerado um filósofo. Ele
defende a idéia de que temos de nos responsabilizar não só pelos nossos atos e
palavras. Precisamos também tomar muito cuidado com os nossos pensamentos, pois
estes interferem no meio ambiente e podem ter conseqüências em lugares muito
distantes.
Para entender de forma mais aplicada
leia o meu artigo: Espírito Santo! O que é? E onde ele está?