Delta 4
É
cada vez mais comum nas redes sociais palavras de individualismo e até de
agressividade, como se fosse algo comum dizer, por exemplo:
- A pagina é minha e posto o que eu quiser!
- Eu escrevo do jeito
que eu que bem quero!
- Cada um cuida da sua
vida!
E
assim parece que as pessoas se esquecem do significado de ter: Rede Social! Que nada mais é do que uma
ligação entre as pessoas em busca de relacionamentos e compartilhamentos de
informações, ou afinidades que lhe agradem, de poder estar em socialização com outras pessoas.
A
socialização trata do sentimento
coletivo, da cooperação com outros seres e do compartilhamento de valores e
objetivos comuns a todos. Mas, além disso, o que me chama a atenção é à forma
com que isso vem progredindo e
contaminando cada vez mais pessoas a ter este ou aquele tipo de comportamento.
Sempre
vi que há uma progressão nos seres seja ela para o bem ou até mesmo para o
próprio mal do ser, mas sempre há um avanço continuo na forma e na evolução da
personalidade...
Diagnóstico!
Em
1954, o psicólogo americano James Olds realizou experiências com ratos para
estudar o estado de alerta, ele colocou, por engano, eletrodos em uma área
profunda do cérebro tida como responsável pelas reações emocionais, o sistema límbico, também conhecido
como o centro das emoções.
Os
eletrodos estavam conectados a uma alavanca que permitia ao animal acioná-la sempre que desejasse e assim que acionasse receberia um estimulo elétrico em
seu cérebro. Então, Olds verificou que o roedor passou a acionar o dispositivo
freneticamente, como se a estimulação cerebral resultante lhe desse uma imensa
satisfação, repetindo a experiência com outros ratos os mesmos resultados
foram obtidos, sendo que alguns chegavam a acionar a alavanca de 4 a 5 mil vezes em uma hora. O prazer
que obtinham devia ser de tal intensidade, que nem a fome nem os estímulos
dolorosos conseguiam interromper o processo. Eles somente paravam de se auto-estimular quando vencidos pela
exaustão.
O
que Olds descobriu com isso foram áreas cerebrais responsáveis pela sensação de
recompensa!
Em
seres menos desenvolvidos em bom estado de saúde, existe o sentimento de
recompensa se o ser se sente em segurança em seu nicho ecológico, está
alimentado e sem sede e se mantém aquecido (melhor dizendo: termoestável) as
sensações de recompensa são bem simplificadas, mas à medida que se sobe na
escala zoológica, novas exigências se juntam às anteriores: satisfação sexual e
reciprocidade afetiva; aceitação e posicionamento dentro do seu grupo ou família,
sendo as duas últimas caracterizadas entre os mamíferos superiores e
principalmente nos primatas. No ser humano existem ainda, pelo menos, duas
coisas mais: reconhecimento social e estabilidade econômico-financeira.
No
entanto, entre os seres humanos, quando o baixo nível de dopamina nos neurônios
já não se mostra suficientes para gerar sensações prazerosas ou de bem-estar o
indivíduo passa então a buscar através de alterações
comportamentais, em geral de natureza
perversa, ou pelo consumo de certas substâncias químicas, o aumento da
liberação de dopamina para o sistema límbico, mas a resposta é apenas temporária
e a exigência de substâncias químicas ou pelas atitudes perversas necessita
aumentar mais e mais para que o indivíduo obtenha, através de alguma sensação
de prazer, por menor ou fugaz que seja o alívio para sua ansiedade ou
depressão, nessa situação de caráter nitidamente compensatório, e isso configura a:
“Síndrome da deficiência da recompensa.”
Esta
síndrome possui diversas outras características, tais como:
Compulsividade e Obsessão!
Características
daqueles que abusam de substancias químicas licitas ou ilícitas como: álcool,
cocaína, cafeína, nicotina (tabagismo) e até mesmo aqueles que abusam da
alimentação como carboidratos (obesidade). Também os obsessivos e compulsivos
tem comportamentos considerados estranhos para a sociedade ou para a própria
pessoa; normalmente trata-se de idéias exageradas e irracionais de saúde, higiene, organização, simetria, perfeição ou
manias e rituais que são incontroláveis ou dificilmente controláveis. O
transtorno obsessivo-compulsivo é considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico
mais freqüente na população, os sintomas causam incômodo e angústia aos
pacientes e seus familiares.
Impulsividade!

Aqueles que
importam com mínimas coisas ficando quase que escravos de uma reação agressiva,
formando um ciclo vicioso. O impulsivo fala na maioria das vezes verdades sobre
os outros, mas o problema é que sempre centra apenas na negatividade, na
tentativa de punir, humilhar e destruir seu oponente. É bastante freqüente
encontrar pessoas agindo e se arrependendo posteriormente, que têm consciência
do que é certo ou errado, adequado ou inconveniente; que são até mesmo capazes
de expressar verbalmente o que deveria ser feito em cada situação e que, apesar
de todas estas capacidades, agem de forma oposta ou incompatível. Pra piorar,
causam problemas a si mesmos, involuntariamente. Poucos conseguem absorver este
tipo de ataque quase que inesperado dos impulsivos o que leva o ser a lembrar
destes pela dor e sofrimento que despertou no outro, sendo que não tardará para
que o sentimento de vingança assole totalmente o núcleo das relações entre os
envolvidos. O problema do impulsivo não passa apenas pelo exagero, mas a pelo
total despropósito diante de determinado fato ou evento. Para citar exemplos temos
diversas situações cotidianas em nossa sociedade: àquela pessoa no ambiente de
trabalho totalmente neurótico, as infindáveis discussões no trânsito que além
do stress que produzem são capazes até de gerar tragédias, conflitos entre
casais pela simples disputa de poder que acirra ao máximo a impulsividade de
um ou ambos.
Síndrome de Tourette
Uma
condição caracterizada por múltiplos tics musculares incontroláveis, emissão de
ruídos incompreensíveis e forte propensão para proferir insultos e palavras de
baixo calão. Também é afetada a capacidade: de auto-regulação e autocrítica, a
capacidade e estado de adaptação, de tolerância à tensão e ansiedade, de
concentração no que se está fazendo, a liberação dos impulsos e instintos mais
primitivos, a liberação das reações emocionais explosivas, falta de integração
e organização, falta de habilidade no controle emocional, impulsividade e
carência afetiva... São algumas características desta síndrome.
Personalidade anti-social ou psicopatia
Caracterizado
pelo comportamento impulsivo do indivíduo afetado pelo desprezo as normas sociais
e indiferença aos direitos e sentimentos dos outros. A ausência de empatia com
outros seres humanos principalmente quando não pertencente a sua família,
resultando em descaso com o bem-estar do outro e sérios prejuízos aos que
convivem com eles, são interesseiros, egoístas e manipuladores. Também chamado
de Transtorno de personalidade este
tipo de comportamento não se modifica facilmente mesmo que haja punições. São
pessoas com baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga de
agressividade, inclusive de violência. Existe uma tendência a culpar os outros
ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que
leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade. Possuem ainda incapacidade
para lealdade ou para a manutenção de sentimentos de amor ou afeição, prática comum de
calúnias, omissões ou distorções de fatos e constante incapacidade de seguir
algum plano de vida também fazem parte de suas características.
Desvio do
comportamento sexual ou parafilia
Caracterizado pelo
desvio sexual no qual, em geral, a fonte
predominante de prazer não se encontra no ato sexual em si, mas em alguma outra
atividade paralela ligada ao exibicionismo, masoquismo ou sadismo. São padrões
de comportamento em que o desvio se dá no objeto do desejo sexual, ou no tipo
de escolha para o ato que em geral participa do mesmo ensejo do parceiro.
Bom,
nesta esfera de sintomas bem definidos na psiquiatria e na psicologia vemos que
todas elas são diagnosticadas quando tais indivíduos no qual vemos estas
síndromes já estão em um alto grau de exacerbação destes comportamentos o que
leva a crer que tais doenças são por sua vez aceitas dentro da sociedade e que
apenas aqueles indivíduos que chegam ao incomodo são vistos com a necessidade
de tratamento.
Ora! Será que estas pessoas não são apenas o
subproduto de uma sociedade que vem lutando por sua própria doença?
E
há um número cada vez maior de pessoas exibindo seus comportamentos anti
sociais até nas chamadas redes sociais em um tom geralmente agressivo quase
impondo goela a baixo suas crenças, pessoais impulsivas e obsessivas e em tom
até de ironia como quem não lhe der apoio é quem está errado, como quando
exibem suas idéias religiosas, quem não compartilhar é porque está do lado do
mal...
É isso a todo o momento!
Em meio a tudo
isso o que vejo é que há uma progressão continua aos novos modos de se comportar
e que levam a sociedade há mudanças cada vez mais drástica e radical das
próprias características humanas.
Aristóteles
dizia que o homem é um animal social, pois a convivência humana é necessária
por sermos naturalmente carentes, necessitamos de coisas e de outras pessoas
para alcançar a nossa plenitude. Aristóteles afirma:
“As primeiras uniões entre pessoas, oriundas
de uma necessidade natural, são aquelas entre seres incapazes de existir um sem
o outro, ou seja, a união da mulher e do homem para perpetuação da espécie
(isto não é resultado de uma escolha, mas nas criaturas humanas, tal como nos
outros animais e nas plantas, há um impulso natural no sentido de querer deixar
depois do individuo um outro ser da mesma espécie).”
Costumamos
dizer que a natureza não faz nada sem um propósito e vemos que o ser humano é o
único entre os animais que tem o dom da fala. Na verdade, qualquer som pode
indicar a dor e prazer e os outros animais também possuem (sua natureza foi
desenvolvida somente até o ponto de ter sensações do que é doloroso ou
agradável e externá-las entre si), mas a fala tem a finalidade de indicar o
conveniente e o nocivo e, portanto também o certo e o errado, outra característica
especifica do ser humano em comparação com os outros animais é que somente ele
tem a idealização do que é o bem e do que é mal, do justo e do injusto e de
outras qualidades, e é a comunidade de seres com tal ideal que constitui a
família e a sociedade.
Décadas
após décadas o ser humano tem modificado seus padrões de comportamento, mas nem
sempre estas modificações são feitas no sentido de haver o bem comum entre si,
o ser humano já escravizou o próprio ser humano, já comercializou e vendeu
vidas de outros e também já desconsiderou a existência da alma em seus
semelhantes. Houve varias mudanças de comportamento que passam pela história
humana, mas sempre em um sentido progressivo e descaracterizado do que é
realmente bom ou ruim, justo ou injusto.
Esta
progressão pode ser evidenciada no comportamento sexual.
Apesar
de nossa sociedade atual prezar tanto pela liberdade sexual que se iniciou mais
intensamente no final dos anos 60 do século passado e vem ainda em estado de
progressão até os dias atuais já houve nos tempos mais antigos a ideia de
liberdade sexual. Em alguns casos mais representativos podemos citar Sodoma e
Gomorra cidades que deveriam ter existido numa região próxima ao mar morto, mas
não há provas arqueológicas de suas existências, no entanto já tivemos outras
cidades comprovadas existentes como Pompéia, cidade situada a 22 km da cidade de Nápoles,
na Itália,
cuja erupção do vulcão Vesúvio destruiu a cidade e matou cerca de 20 mil
habitantes no ano de 79 DC. A cidade é descrita como uma cidade farta onde seus
moradores viviam em plena liberdade inclusive a sexual. Em escavações
arqueológicas foram encontrados locais de banhos coletivos onde era comum a
pratica da homossexualidade.
Talvez
por esse fato ser semelhante ao que supostamente ocorreu em Sodoma e Gomorra tenha gerado um
sentimento de medo na época gerando assim um crescimento expansivo do
Cristianismo na população européia como se o fato ocorrido fosse uma
manifestação do Deus único.
Certo
ou não, houve outros momentos até discutidos pelos filósofos antigos sobre o
uso e a pratica sexual, Platão acreditava que os seres humanos deveriam ser
livres para pratica sexual e que os filhos pertenceriam a todos, também
acreditava que o ser humano tinha três gêneros sexuais: O Masculino, o Feminino
e o Andrógeno.
Para
explicar melhor Platão recorre a um mito que narra que os seres andrógenos além
de participarem dos dois sexos, também possuíam dois rostos, quatro braços e
quatro pernas. Estes seres eram esféricos e possuíam uma grande agilidade, eram
muito arrogantes, por isso, pretendiam destronar os deuses. Zeus e os outros
deuses decidiram tornar estes seres mais fracos cortando-os ao meio, já que não
podiam aniquilá-los de vez; porque o extermínio dos humanos representaria para
os deuses a perda dos cultos e dos sacrifícios em suas homenagens (vaidade). E assim, foi
feito, então, depois que a duplicação da natureza humana foi realizada, cada
metade, tendo saudades de sua outra parte, passou a buscar eternamente a sua
metade perdida. Por não se conformar em viverem separados acabavam morrendo.
A
raça humana estava se extinguindo, tanto pelas mortes, quanto pela
impossibilidade de procriarem, pois os seus órgãos sexuais encontravam-se
localizados nas costas e quando estes se encontravam não poderiam manter
relações sexuais. Então, Zeus se compadeceu dos humanos e resolveu colocar os
genitais dos humanos na parte da frente, assim, quando um homem encontrasse a
sua metade feminina poderia procriar e quando dois indivíduos do mesmo sexo encontrassem
a sua outra metade também poderia através da relação sexual restaurar o prazer
de viver, e assim, a espécie humana estaria garantida.
A
problemática da sexualidade na filosofia de Platão não é abordada a partir de
uma concepção de valores morais, mas como algo que faz parte da própria
natureza humana, pois quando uma mulher se apaixona por outra, ou quando um
homem se apaixona por outro, assim como, quando um homem se apaixona por uma
mulher eles estão apenas buscando sua cara metade, seu par ideal e a felicidade
humana dependeria desse encontro.
Portanto,
o mito dos gêneros sexuais trouxe para a humanidade a ideia de um amor
original, determinado não por uma opção, mas pela própria natureza, mais ainda,
deixou-nos a ideia que o amor é eterno, porque quando duas pessoas se apaixonam
esse amor deve durar para sempre, já que este era o seu par ideal, o seu ser
perfeito.
A
curiosidade sobre a sexualidade e os sentimentos que ela desperta sempre esteve
presente ao longo da história da humanidade. Várias obras de arte da
antiguidade, ou mesmo desenhos pré-históricos retratam o corpo humano com
ênfase nos órgão genitais (masculinos principalmente). O Falo já foi idolatrado
como o símbolo de fertilidade, de poder e de liderança pelas mais diversas culturas
em todo mundo.
Na
idade média era comum aos homens exibirem sua potencialidade fértil com seus
escrotos em sobressalto em calças tipo bailarino e as mulheres exibiam seu
potencial de amamentação com seus decotes.
Portanto
acreditar que a sexualidade humana foi sempre reprimida é um grande erro em
nossas crenças atuais, mas o certo é que essas crenças seguem sempre em
progressão e isso sem se importar no que é realmente bom ou certo, enquanto
vivemos de inúmeras justificativas nem sempre verdadeiramente justas e
profundas no sentido de reconhecer o que há de verdade, seja no sentido
biológico, físico, químico ou até filosófico. seguimos continuamente essa
progressão numa avalanche em que todos passam a seguir um determinado modo de agir num mesmo momento.
Sintomas
O
nome “Progressão Continuada” é usado
pela metodologia de ensino onde um estudante ao ter um déficit de aprendizado
deve ter aulas de reforço para então continuar seu estudo sem tem que tornar a
reaprender tudo que já foi lhe ensinado.
Curiosamente é que há realmente uma continua
progressão em nossa sociedade no que se relaciona ao comportamento humano e
principalmente de pensamentos coletivos ditados continuamente entre todos na
sociedade, como um modismo, e isso é mais evidente nos vícios de linguagem com
palavras e até com pequenas frases ditas por todos, que na realidade não tem o
menor sentido e não expressão absolutamente nada, como já foi moda dizer: Á nível de... ou mais atual: tipo assim ou ficar de boa... e isso nos faz pensar que:
Se
algo que é dito e mesmo sem fazer o menor sentido passa ser dito por todos o
que dizer então sobre certos comportamentos que explicitam algo prazeroso e é
dado como certo mesmo sem haver um real estudo e conhecimento profundo do que
está sendo promulgado?
Hoje
em dia qualquer mínimo questionamento sobre este ou aquele comportamento humano
é logo repreendido e chamado de “Preconceito” esta palavra passou a ser usada por todos como mais um bordão dentro da
sociedade, mas qual o real sentido da palavra Preconceito?
Preconceito é o conceito
ou opinião formado antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos
fatos, é uma ideia preconcebida, um julgamento ou opinião formado sem se levar
em conta os fatos que os conteste.
Como podemos ver em
outro artigo:
É um tanto contraditório achar que sendo de
“direito” o livre pensamento que o próprio pensamento virá sem se quer
argumentarmos sobre o que é que realmente estamos pensando!
E
assim entramos nessa geração que vem cada vez mais livre em busca do prazer ao
mesmo tempo que qualquer forma de contestar
seja quais forem os argumentos apresentados é repudiado com uma constante
agressividade gerando então uma sociedade que repreende há própria progressão
de seus conceitos.
Estamos
assim agindo como ratos em sua caixa moldada de opiniões e plebeísmos contínuos sem ponderações ou considerações do que
estamos realmente falando e com isso estamos gerando uma sociedade cada vez
mais carregada de síndromes sem se dar conta de que a doença está não só
naqueles que exacerbam tais comportamentos, mais está em toda sociedade, em
conseqüência disso estamos gerando pessoas adultas, formadas e até muito bem
preparadas para trabalhar, no entanto totalmente despreparadas para se
socializarem com seu semelhante, uma vez que a criação de nichos está levando o
ser humano ao desvinculo de uma união em comum em torno de ideais que visem à
valorização do bem comum entre todos. Criamos assim pequenas tribos, mas com ideais próprios, apenas com o conjunto de seres que compartilham os mesmos ideais.
Um
fenômeno interessante nesta síndrome progressiva e continuada de comportamentos
que visam à satisfação do ego acima de tudo, esta em personagens na
dramaturgia, principalmente nas novelas, onde o vilão é bem quisto pela maioria
e suas frases e trejeitos são imitados pela maioria que acompanha. Isso porque
a dose de humor servida por estes é tão satisfatória que o julgo do mal passa pela empatia que
as pessoas tem de servir de alguma forma com uma certa crueldade.
O
fato das alterações comportamentais de
natureza perversa causarem estas satisfações estão no fato de que o senso
comum parece querer causar no ser humano um controle e como tudo que se
controla necessita de ter à atenção voltada para o próprio controle faz com que
outras regiões do cérebro permaneçam inativas gerando assim uma parada mesmo
que parcial de outras linhas de pensamentos e isso faz com que o pensamento
tenha a obrigação de controlar o próprio pensamento o que causa uma sensação de
perda da própria identidade, afinal qual recompensa isso pode gerar?
Certamente
que se não vemos de imediato a recompensa e logo este controle é repudiado,
pois é natural de qualquer ser, como o rato ao apertar a alavanca, buscar aquilo
que mais o emociona e isso sem se dar conta de outras necessidades do ser.
Provavelmente
essa natureza cerebral seja desse modo por que os seres mais primitivos
buscavam a necessidade de reprodução em maior grau do que a necessidade do bom
estado de saúde, de segurança, de alimentação, sem sede e termoestável, isso
porque nem sempre todas estas condições eram satisfeitas devido ao tempo, ao
clima e também as outras condições da biosfera em que viviam e não favoreciam aos
seres que esperavam por todos estes fatores. O que levou os seres vivos a necessidade de reprodução maior do que qualquer outra necessidade, sendo assim
o nascimento de um grande número de indivíduos da mesma espécie garantiria que
alguns destes teriam chances maiores de perpetuação, que aos poucos foram se
adaptando aos ciclos do clima, ou aos ciclos de outros seres ao nascerem no mesmo
momento, como é comum entre varias espécies darem a luz as suas crias na
primavera, pois o maior número de indivíduos nascidos nessa época tem uma
oferta maior de alimentos. Mesmo em seres mais complexos, como no caso do ser
humano, é natural observar que onde as condições de pobreza são extremas mesmo
assim há um grande número de filhos nascidos, o que oferta uma maior garantia a
perpetuação mesmo que todas as outras condições não sejam favoráveis, isso leva
o ser a busca desenfreada por prazer e satisfação por menor que seja o
estimulo.
Uma
pesquisa que aponta isso foi realizada com perus!
Martin
Schein e Edgar Hale da Universidade da Pensilvânia questionaram qual seria o
estímulo mínimo necessário para excitar um “peru” eles criaram um modelo de
peru fêmea e começaram a remover cauda, patas e asas, mas ainda assim a ave continuou
tentando copular. Os pesquisadores continuaram a remover partes do modelo até que
restou apenas sua cabeça presa em uma estaca e mesmo assim o macho continuou a
mostrar interesse. O peru preferia a cabeça presa na estaca que o corpo sem a
cabeça. Cabeças reais funcionavam bem, mas na ausência de uma, o macho não
hesitava em cortejar uma cabeça feita de madeira que os pesquisadores
providenciaram.
Outra
pesquisa interessante também foi feita com seres humanos, na Universidade da
Flórida em 1978 alguns homens que caminhavam tranquilamente pelo campus foram
abordados por uma bela mulher que dizia:
“- Eu tenho observado você. Te acho
muito atraente. Você iria para a cama comigo hoje à noite?”.
Sem
saber que se tratava de uma pesquisa eles prontamente respondiam positivamente
a proposta, mas estavam na realidade participando de uma pesquisa elaborada
pelo psicólogo Russell Clark. Ele queria descobrir qual sexo seria mais
receptivo a oferta sexual de um estranho. Instruídos por ele os alunos e alunas
saíram pelo campus para fazerem a proposta. Os resultados foram que 75% dos
homens aceitaram a proposta (quem recusava, alegara que eram casados ou tinha
namorada).
Das mulheres abordadas, no
entanto, nenhuma aceitou. Na verdade, grande maioria se sentiu ofendida e
exigiu que o rapaz se afastasse.
Isso
tudo nos mostra que a ênfase a oferta sexual é maior do que outras prioridades
sendo que em seres mais evoluídos certos valores culturais ainda sim conseguem
bloquear o impulso pelo desejo, como vemos nas mulheres, devido à cultura moral,
não aceitam seguir o impulso e os homens pela cultura social ao se verem livres
de qualquer obrigação moral aceitam a oferta de sexo.
Nascemos
e crescemos, mas não sabemos qual o propósito de nossa existência e nem ao
menos se há um propósito, com isso a cultura nos leva em direção ao propósito,
somos colocados a crescer e aprender para que no futuro façamos parte dessa sociedade, no entanto somos moldados por uma continua progressão de idéias e
sentimentos que muitas vezes se tornam um senso comum a todos, porém sem um
debate amplo do que estamos fazendo conosco mesmo. Isso porque não há um modelo
pronto a ser seguido e como vemos em Platão sempre buscamos explicações para
este ou aquele comportamento e como mágicas encontramos certos argumentos
favoráveis para o nosso ensejo, mas qual será o propósito de dar ao ser uma
explicação para ter este ou aquele comportamento, se não temos um modelo pronto
para seguir?
Certamente
como diz Aristóteles somos seres dependentes de nossa própria sociedade,
portanto estamos sempre em busca de aprovação mesmo que o nosso comportamento
não seja algo realmente social. E Isso porque como numa revoada de pássaros, tendemos
em ir de um lado para o outro em harmonia com todas as aves que estão em voo,
porém sem um líder ou um modelo a ser seguido e assim voamos em pensamentos e
ações que são apenas as tendências comportamentais de nosso imenso bando em voo
pela vida e no tempo em que vivemos.
Tratamento
O
conhecimento de nós mesmos (também chamado de cognição) é a única forma de
tratar daquilo que nos causa essa continua progressão de seguir tendências
comportamentais que como já vimos, pode nos leva a doença que só é vista dessa forma
quando há um incomodo do ser para com outros seres, como se fossemos uma ave
que saiu do plano de voo, mas para onde é mesmo que voamos?
O
problema da cognição é que tendemos a buscar apenas o que nos aprova como
Platão que na tentativa de encontrar uma explicação plausível para
homossexualidade lançou mão da ideia de um terceiro gênero, mas é preciso
entender que seria uma anomalia se a natureza de alguma forma impedisse o ser
de ter qualquer outro tipo de comportamento, isso porque a natureza não julga
ou desconecta o ser de suas próprias ações, seja qual for o estimulo é um
estimulo independente do ser agir ou não por este estimulo, a natureza é
absurdamente flexível no que se refere ao comportamento, vemos por exemplo, que
um homem pode ao avistar outro homem se sentir estimulado seja sexualmente ou
até emocionalmente, mas isso é apenas uma característica da natureza em buscar
empatia entre os seres o que não vem a significar que o ser que causou seja a
sua outra metade, no mais pode ser apenas a metade que o ser desejaria ter em si mesmo, como o querer ser como “o tal”,
já no caso das mulheres a empatia sempre existiu nas relações em grupo e seria
totalmente anormal se um estimulo dado em uma mulher não gerasse em ambas o
desejo de copular que em principio é algo totalmente impossível devido a falta
do falo em ambas, mas como já disse seria uma anomalia que o estimulo realizado
fosse rejeitado.
Isso
nos mostra que não é pelo fato de sentir que este sentimento seja um conceito a
ser seguido, assim como os ratinhos que estão diante de sua alavanca não
devemos simplesmente acionar o botão para ter o prazer e a satisfação que se
apresenta diante de nós, somos muito mais complexos e por isso temos sim uma
complexidade muito maior para entender sobre nós mesmos o que não está no
modelo das tendências seguidas por todos em prol da felicidade individual.
O
seu corpo é seu e você pode fazer o que quiser com ele, nada irá impedir que
você olhe para os pés de uma pessoa e se sinta sexualmente estimulado pela
simples visão dos pés, agora quando isso vira uma obsessão e o ser deixa de
cumprir com suas funções dentro da sociedade ai chamam isso de doença! Se
observarmos bem a doença maior em nossa sociedade atual está no fato de que
todo livre pensamento, arte, atitude ou
tendência comportamental tem liberdade para ser de qualquer forma e com isso
estamos agindo como perus que vai pela simples visão da cabeça de outro,
esperando que o pensamento se forme sem seguir uma direção que deve ser gerada pelo
próprio ser e um detalhe em tudo isso é que sendo assim, tão livre, onde é que
entra nosso próprio “EU”.
Farmacológico
Em
1954 dois pesquisadores norte americanos, Masters e Johnson buscaram
esclarecer diversos aspectos da fisiologia da resposta sexual humana, propuseram
uma abordagem terapêutica cognitivo-comportamental para os chamados transtornos sexuais. Já na década de 80
do século passado, Helen S. Kaplan, psicanalista também americana, acrescentou
tratamentos psicodinâmico focal e cognitivo-comportamental combinados. Propôs a
existência de um hipotético centro regulador do desejo sexual, envolvendo
mecanismos neurobiológicos no núcleo do hipotálamo, no sistema límbico e em
outros circuitos neurais, que estariam alterados nos transtornos sexuais. Hoje
em dia, acredita-se que este centro regulador esteja em uma região do cérebro chamada
de Claustro.
Com
o avanço da farmacologia clínica também houve colaborações fundamentais para o
conhecimento da neurofisiologia sexual. Algumas drogas com efeitos
serotoninérgicos, como a classe dos inibidores seletivos da receptação da
serotonina, determinam diminuição ou supressão total do desejo, propiciando
novas linhas de pesquisa na busca da associação desse neurotransmissor com a
modulação do apetite sexual. Sabe-se que também atua na solicitação e aceitação
de parceiros sexuais. A dopamina foi apontada como essencial para o desejo
sexual.
Hormônios
como a ocitocina e a vasopressina foram implicados na preferência sexual, na
formação de vínculo, na diminuição de agressividade e no aumento de
comportamento de proteção à prole. A ocitocina foi considerada como o
neurotransmissor do amor, do vínculo e da monogamia, também outros estudos
focalizaram nas mensagens enviadas pelos pares e nas negociações entre eles
para acasalamento, levando-se em conta não só o status de saúde biológica e
reprodutiva como também na qualidade das mensagens enviadas.
Psicológico
Sigmund
Freud identificou Eros de Platão como a Libido, a força do amor, no entanto,
como disse Platão em O Banquete é
preciso definir o que é o amor e nessa busca Platão define que o amor não vê
nem se estabelece pela forma física, por isso na homossexualidade também há o
amor, o desejo de se fundirem em um só, o desejo humano de ter ao outro vai de
encontro do conhecimento do outro, de juntar ou estabelecer em si o mesmo ideal
que o seu semelhante tem, é o cunho da admiração tragada ao ser em si demonstra
que o homem para amar uma mulher deve ter além do desejo físico o desejo
platônico de ter o mesmo que se tem no outro, Eros então é a realização física
desse desejo, por isso o termo erótico vem na realidade do desejo de ligar com
o outro o mesmo intento. A libido é então essa busca do complemento do seu
próprio ser o que não significa que há um ser especifico para encontrarmos em
nossa jornada pela existência e sim que há certos ideais que compartilhamos e
nesse ensejo há também o erotismo e a união entre os corpos, mas o corpo em si
não identifica se há diferenças físicas a serem consideradas nessa união o que
nos leva a ter afeição por qualquer ser independente da questão sexual, isso
nos mostra que há uma carência em nosso ser, uma pobreza em sermos quem somos o
que retorna a questão da progressão em continuo movimento sempre de aprovação do
nosso ego, por isso a analise do ser sobre si mesmo vem em continuo decréscimo
o que leva o ser a se guiar não por um conhecimento racional e sim pelo “logos”, ou seja, pela palavra
continuamente pronunciada por todos.
Se
todos estiverem errados em suas palavras, em seus ideais todos irão errar
juntos!
E
como um bando de pássaros, todos vão acabar em um mesmo lugar comum a todos, o
Logos é então o verbo e o motivo do ser, ser ou não assim, sendo a causa que
explica o anseio da existência humana.
Restaurando
Sendo
o Logos a palavra e como vemos é pelo próprio poder que a palavra tem que
seguimos ou nos atemos a seguir uma linha de pensamento, certas formas de ser
vem sendo aprovadas e aplaudidas em nossa sociedade sem se ater que o Logos deve
ser governado não apenas pela razão, mas também pela ordem lógica que deve ser
uma característica fundamental da razão, dessa forma o livre pensamento deve
ser voltado a busca fundamental, não apenas voltado para nossas razões e sim para
criar conceitos lógicos voltados não só para defesa de nosso falho ego e sim
para conceitos lógicos que nos leva a um resultado comum e essencial a todos. Como
fórmulas matemáticas há conceitos que são de muito maior valia do que os
conceitos que a sociedade como um todo frisa em relevar, assim é possível que
por um comportamento arrogante deixássemos de olhar para o nosso próprio ser e então
nos perdemos nessa revoada de tendências comportamentais que para se
estabelecer o individuo acaba em progressão a apatia com seu próprio ser, como
se todos voassem na mesma direção e acabam sem olhar e dar a atenção para si
mesmo.
Viver
apenas pela própria satisfação pode nos levar a ter comportamentos de defesa que
vão desde a agressão verbal (impulsivos e sádicos) até a agressão em nosso próprio
ser, ou mesmo a nossa própria humilhação (masoquistas), também podemos repetir
padrões comportamentais de forma exagerada (Compulsividade e obsessão) ou ter
comportamentos de desprezo as regras da sociedade (Psicopatia)... Ou buscar o
que de fato deve estar em continua progressão que são princípios voltados a um
conhecimento real de nosso ser...
Um
exemplo disso pode ser em aceitar a própria sexualidade!
Sim,
aceitar que se você é homem é homem, se é mulher então seja mulher, é claro que
há casos em que o ser pode até entrar de forma tão progressiva em sua aversão
ao seu próprio gênero que não se caracteriza em ser como homem ou em ser como
mulher, no caso são seres andrógenos, mas a busca do seu par pode se encontrar
no seu extremo oposto!
Como
um homem que deseja ser fisicamente como mulher, agir como mulher, mas isso não implica em buscar o seu par
em um homem e sim em uma mulher que lhe aceite como um homem que tem o corpo de
uma mulher; ou uma mulher que não aceita ser feminina pode se encontrar com um
homem que goste do seu jeito masculino, isso não impede que os seres se
encaixem perfeitamente e até tenham filhos, mas como vemos a forma de progressão
da sexualidade humana que visa apenas à satisfação é totalmente plástica e
moldada pelo nosso desejo em bandos e assim as pessoas seguem os
comportamentos de outros grupos vivendo com os mesmos problemas, as mesmas satisfações
e insatisfações que se tem em uma sexualidade heterogênea.
Já
que todos nós amamos e todo estimulo dado ao amor será sentido como amor então
por que não viver o amor dentro da escolha de nossas afeições sem a troca do gênero
pra isso?
Bom,
o mais importante de tudo isso é que estamos vivendo uma era onde o falecimento
de conceitos pré-moldados vem aumentando, porém a aquisição de novos conceitos
vem nascendo calma e lentamente como se ser humano que busca viver somente
pelo prazer vem sendo vencido pela exaustão de tantas buscas e a beleza e
individualização do ser vem surgindo com tamanha carência que necessitamos de
um logos nem que este surja quando as agressões passem a perder o peso e a leveza
da coerência lógica e racional apareça como uma nova alavanca que iremos
apertar não somente pelo prazer, mas pela doce satisfação da alma que cresce na
soma dos mais benevolentes sentimentos.
Os sentimentos verdadeiramente
humanos.