sexta-feira, 29 de agosto de 2014

As Poderosas Forças do Poder!


 Em 1994 eu adorava andar de bicicleta, sempre com responsabilidade e de tempos em tempos, desmontava a bicicleta olhava todas as peças, até as bolinhas eu procurava verificar uma por uma, substituía á graxa, as bolinhas quebradas, e outras peças. Por viajar para longe tinha todo este cuidado e sempre levava comigo uma câmara de ar de reserva, bomba e ferramentas para uma eventual quebra. Costumava ir para Mairiporã, cidade a trinta quilômetros de onde morava. Por causa da Serra da Cantareira eu levava cerca de uma hora e quinze minutos para chegar lá. 

Em uma dessas viagens, muitas delas sozinho eu fui ultrapassado por um carro cheio de jovens que gritaram pra mim:

            - Pedala ai seu otário!
            - Vai seu pobre!

            Bom, prossegui minha viajem sem dar importância.
            Há uns cinco quilômetros depois, o mesmo carro estava parado na beira da estrada! O radiador havia estourado!
            Ao passar por eles simplesmente falei:

            - E eu continuo!

            Este episódio me levou a questionar a relação sobre o poder e o querer.
            O querer é de certa forma um poder, mas só manifestando o querer nem sempre temos o potencial para exercer o mesmo. Eu tinha uma bicicleta e o meu querer, porém antes de encarar uma viagem como esta eu sabia que tinha que ter o poder.
            Aos poucos adquiri força física, preparação mental para saber que havia uma necessidade de concentração em meu objetivo, ter o meu equipamento como um auxilio, uma ferramenta para atingir meu objetivo e por fim a consciência de que tudo isso  me levou ao poder, o poder de querer!  
            Portanto não basta apenas querer isto ou aquilo, como costumam dizer aqui no Brasil:

            Querer é poder!

            Mas só o querer sem um real poder pode nos levar a uma jornada perdida, ao fracasso de nosso objetivo.
            Como no caso de nossos viajantes zombadores, eles tinham o carro (PODER) bastava apenas o querer, porém não manifestaram antes qual o seu real poder! O carro foi um poder adquirido e como toda e qualquer forma de poder cega e corrompe o ser.
            Por se achar mais poderoso, os seres se sentem no direito de inferiorizar sem se dar conta e tomar o real cuidado com o poder.
            Isto pode parecer uma alusão há uma situação vivida, mas quantas pessoas estão vivendo nas ilusões de seus próprios poderes?
            Quantas mulheres lindas são assediadas por todos os homens e até os membros de suas famílias dizem assim:

            - Você é linda, merece uma vida melhor!
           
            E esta vida melhor não surge só por causa da beleza!
            Então na ilusão de querer e sempre querer mais, muitas mulheres acabam usando o poder que tem (poder de seduzir) para adquirir mais poder e sem uma consciência de como usar seu próprio poder acabam mentindo pra si mesmas e até se prostituindo! Ao contrario do que muita gente pensa, não são as pessoas simples e sem sedução que fazem isso por necessidade, são na maioria das vezes aquelas que sabem do seu poder, mas não sabem como usar para o seu próprio bem querer.
            Homens também em muitos casos não são os feios e normais que mais traem, são na maioria das vezes aqueles que também são sedutores e poderosos que usam sua sedução para atrair mulheres, da mesma forma e sem uma consciência responsável de seu próprio poder de sedução, estão sempre mentindo e querendo vivenciar outras e outras relações, acabam num ciclo viciosos e nesta busca nunca encontram satisfação e um real sentimento de felicidade.

            Tudo isso me fez ver que precisamos mesmo é:

            Dominar o poder de querer!

            E para isso é preciso reconhecer que o seu poder pode seduzir e até mascarar você mesmo contra você! Como no artigo: Vilões! Os Verdadeiros heróis; podemos ver que sempre queremos que algo domine a gente, e geralmente este algo é: os nossos sentimentos, mas como nos heróis da ficção este domínio dos sentimentos nos leva a crer que somos inatingíveis, cheios de super poderes e até imortais!
            Na embriagues que vivemos de nossos sentimentos entorpecemos a razão como se esta fosse uma vilã ferida cheia de magoas e responsáveis por nossos sentimentos ruins, então achamos que podemos fumar ou beber, usar drogas e até por em risco a própria existência... É o que acontece quando um jovem em pleno vigor de sua existência se embriaga e sai dirigindo em alta velocidade; o desejo sexual passa ser visto como uma ação fisiológica, que serve apenas para dar prazer ao corpo e que viver de experiências diferentes vai fazer com que este encontre um prazer além do que já vive, como se alguém  tivesse um ingrediente secreto, e na ligação sexual fosse encontrado o ponto de satisfação, que na realidade nunca irá se satisfazer. A verdade é que em ninguém há um ingrediente secreto.
            Enquanto a razão tenta expor ao ser que o seu poder só está fazendo seu querer te destruir, seus sentimentos pedem á mente que mostre então qual é o mecanismo que deve ser usado, quando a mente coloca este mecanismo diante de você mesmo, a sua mente só quer te libertar e te fazer  olhar pra si mesmo com responsabilidade.

            Vivemos isso constantemente!
            Como se dentro de nós houvesse na realidade dois seres, um que busca prazer, sensações e emoções a todo custo e o outro busca mostrar que não existe um poder fora de nós que vai fazer com que tudo de certo e funcione!
  
          É como a história de Dorothy em o Magico de Oz! Sempre achamos que alguém poderoso está por conta de tudo enquanto que na realidade todo poder está dentro de você. Dominar bem o seu querer é encontrar a fonte de poder e fazer com que você siga nesta viagem para onde você quer chegar.



            Pois então!
            Antes de viajar pela vida verifique bem seu equipamento, seja ele seu corpo, seu carro, sua bicicleta, sua mente, seus sentimentos, procure olhar bem e examinar não só por fora, mas também por dentro. Olhe para si mesmo, mas não no espelho que o espelho pode te seduzir e fazer você dizer:

            - Ahh Tudo isso é bobagem! Sou linda (o) maravilhosa (o) e me amo, eu sei que vou conseguir!

            Bem, pare de só considerar o que se vê por fora e olhe dentro de si, olhe quem é que está ai tagarelando e falando o tempo todo com você e veja! Será que todo este barulho na sua cabeça é você mesmo?

         Como encontrar a fonte poderosa do poder?

            No reino animal geralmente temos o ser dominante, aquele que é mais forte, que sempre atribui a si mesmo o direito de se impor aos outros, de dominar e até humilhar seu semelhante só pelo fato de ser mais forte. Chamam isto de: Seleção natural.

            Este ser dominante em muitos casos é mesmo fisicamente mais forte, vigoroso e por sua vez também é mais respeitado no grupo. É dado á este ser o direito de poder ter um maior número de fêmeas e também de oferta de alimentos... Algo como um Rei do grupo.

            Em todas as espécies de animais, com exceção o ser humano, o poder de sedução esta sempre no macho, também chamado de macho alfa: o leão e sua exuberante juba, o pavão e sua elegante cauda... Enfim muitos são os atributos, mas a única espécie onde o poder de sedução está unicamente nas fêmeas é no ser humano. Uma mulher que seja sexualmente atraente é até admirada por outras mulheres que reconhecem a fêmea alfa por assim dizer.

            Um dos motivos desta inversão está no fato de sermos todos prematuros! No sentido físico mesmo!
 
            Em todo reino animal os mamíferos quadrúpedes assim que nascem em questão de minutos já estão de pé, prontos para correrem e se juntarem ao bando. Já nas aves e outros animais bípedes, com o estreitamento da dos ossos da bacia, os seres nascem prematuros, levam um longo período de sua existência para crescerem e estarem preparados para vida.

Em nosso caso, seres humanos, nascemos totalmente despreparados para a própria vida, sem dentes para mastigar, sem forças até para sustentar a própria cabeça, precisamos do cuidado da mãe por um longo período, assim sendo o macho humano poderia fecundar uma fêmea e sair para fecundar quantas outras ele conseguir, porém a fêmea enquanto está cuidando da prole não tem agilidade e capacidade de promover seu sustento, sua segurança, ficando esta vulnerável e incapacitada de cuidar de si mesmo e da prole ao mesmo tempo, então a natureza sabiamente criou um modo de fazer com que o macho perdesse a sua sensualidade e a fêmea por ser mais atraente poderia agora, diferente de todos os outros seres, escolher então qual macho ela quer seduzir e com isso conseguir suas necessidades básicas de sustento e segurança ficando assim a cargo do macho fornecer estes itens.

            O homem por sua vez após muitos milênios (afinal o ser humano chamado de homo sapiens já existe há mais de 300 mil anos) criou uma forma interessante de dar a fêmea a segurança e sustento de que ela precisa para criar sua prole com maior liberdade. Foi à criação da sociedade!

            Com o convívio em grupo o homo sapiens conseguiu cultivar seu sustento e fornecer ao grupo segurança e domínio sobre os eventos da natureza. Com o uso da linguagem o homem não precisava ser forte sozinho e ações físicas individuais passaram a serem menosprezadas, somente aqueles que conseguiam pela comunicação dominar e estabelecer a ordem em grupo passou a ser os mais admirados e tendo assim o desejo e o cortejo das fêmeas. Aos poucos e muito lentamente o homem foi novamente adquirindo outra forma de poder. O poder já não era mais os atributos físicos e sim o poder de liderança e persuasão sobre os outros.

            Novamente o homo sapiens passou a identificar no grupo alguns seres mais elevados que outros como reis e até como deuses, conflitos foram e voltaram em vários períodos da história, mas o que restou de tudo isto foi a Força do Poder.
           
            Pulando milhares de anos sobre a evolução humana, hoje basicamente temos três formas de poder atuando juntas:
           
            Política: Talvez a forma de poder mais antiga, com a origem da palavra polis: entendia-se como a comunidade organizada, formada pelos cidadãos (politikos), isto é, pelos homens nascidos naquele local. A política até então vem passando por varias transformações, mas ainda é a forma de poder mais notória que temos.

            Religião: Que nada mais é que uma variante da política! Acontece que lideres morrem e como toda forma de poder é atribuída á um ser, os lideres ao morrerem eram como o fim de um poder e para perpetuar esta forma de poder os líderes acabavam sendo venerados mesmo após a morte, porém outros líderes surgiam. Aqueles mais antigos ao falarem de seus líderes passados criavam lendas e formas de domínio. Líderes religiosos muitas vezes não passam de veneradores de outros líderes que existiram num tempo mais antigo e começaram a surgir lendas e crenças e algum tipo de super poder dado a estes líderes do passado, surgindo assim não uma liderança nova, mas a perpetuação de normas e regras a serem seguidas. Estas normas e regras são atribuídas a antigos líderes, como por exemplo: Moisés.
           
            Dinheiro: O dinheiro surgiu pela necessidade de escambos por coisas no qual as pessoas não tinham como trocar uma vaca por sementes, nem sempre quem tinha uma vaca quer sementes, nem sempre quem tem sementes quer uma vaca. O dinheiro só foi possível devido à organização em sociedade e por isso acredito que política venha ser a primeira forma de poder que surgiu entre os homo sapiens.

            Em toda forma de poder estabelecida pelo homo sapiens novamente a mulher tornou a posição de ser subjugada pelo macho, em algumas sociedades as mulheres são vistas como uma mercadoria que é usada para troca e ligação econômica entre grupos familiares.
           
            Em tudo isto vemos que o poder que reina sobre a humanidade e atualmente ainda é, embora de forma mais organizada, uma fonte que vem do ser animal!

            Vemos-nos como seres superiores, mas ainda somos aqueles seres que no inicio de sua formação estabeleceu normas e regras de poder tão animalescas quanto as dos leões, só que sem suas exuberantes jubas e dos pavões, só que a cauda agora no macho é comprada com suas políticas sociais, suas religiões com normas de comportamentos, em meio a isso tudo o dinheiro é a forma de poder que em todos os casos vem corrompendo o homem em sua real evolução no sentido humano.

As mulheres aceitam que seus homens quebrem as regras de união estabelecidas pelas religiões, mas por causa do grande poder que tem o dinheiro!

Os homens quebram as suas políticas de seguirem normas sociais, por terem dinheiro e por força deste, mentem e enganam por mais dinheiro, violentam e prostituem suas donzelas, como aquele leão que se sente o maior em seu grupo e acham que podem ter as fêmeas que quiserem pelo seu poder, podem possuir o que bem querem na sociedade e com isso vivemos uma sociedade medíocre e hipócrita onde o ser humano não sabe se segue a lei de seu espírito, (de sua respiração, aquilo que ele trás para dentro de si mesmo), ou se segue a lei da carne, de seu ser animal, aquele que vê no corpo apenas a realização de seus desejos, de satisfazer as vontades animalescas, em meio a este conflito ficamos sem saber qual caminho seguir, qual desejo há de ser realizado não só por vontades biológicas, como também por vontades que parecem superiores, o ser humano não sabe como dominar as poderosas forças do poder que temos, enquanto ninguém explica, todos seguem entre tropeços, tentativas e mais erros que acertos tentando ver no que vai dar. Acabamos virando os seres mais doentes de toda Terra que precisa mais que orientação, precisa é desesperadamente saber qual é a força mais poderosa de todas e por esta é que realmente temos que lutar!

            O que realmente somos?

            Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio, uma escada e sobre ela um cacho de bananas. Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, os cientistas jogavam um jato de água fria nos que estavam no chão.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o pegavam davam-lhe uma surra. Dentro de algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que o novo macaco fez foi subir a escada, dela foi retirado pelos outros que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais na escada. Um segundo foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado da surra ao novato.

Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu. Um quarto, e no final, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas então ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.

Se fosse possível perguntar para algum deles porque eles batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:

            -Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui.

            Não sei se realmente esta pesquisa foi realizada, mas a ideia esboça claramente como é formado um paradigma em um grupo social. Muitas vezes agimos de uma forma sem ao menos se dar conta do “por quê” de agirmos assim.  Pessoas que nascem em uma comunidade religiosa tende a se tornar religioso, o sotaque também é outra tendência que seguimos, falamos em certo tom, pois as pessoas que nos rodeiam falam desta forma. Mas o que nossos paradigmas têm haver com domínio de forças e poder?

            A Experiência de Milgram
           
            Em 1963, o americano Stanley Milgram, da Universidade de Yale criou um teste para ver a obediência das pessoas a uma figura autoritária.
A experiência consiste de três pessoas: o cientista, o aprendiz (vítima) e o professor (pessoa testada). Apenas o “professor” é o real participante do experimento, as outras pessoas são atores. O cientista, caracterizado com um jaleco branco e de fisionomia impassível, diz que ambos participarão de um teste de memória.
            A pessoa testada é dada o papel de professor e ao ator o papel de aprendiz (é feito um sorteio para determinar o papel de cada um, mas o teste é armado para que a pessoa testada seja o professor). Em seguida o aprendiz é preso a uma cadeira com um fio condutor preso ao seu corpo e o professor é levado para uma sala ao lado onde eles não podem se ver, mas é próxima o suficiente para poderem se comunicar.
O professor fica em posse de uma máquina de choques e ele recebe do cientista uma lista de palavras que o aprendiz deve memorizar. Depois que o aprendiz memoriza as palavras o professor pede que ele responda uma série de perguntas e a cada pergunta respondida errada o professor deve dar um choque no aprendiz. O choque inicial é de 15 volts, mas a cada novo erro a potência deve ser aumentada em 15 volts, até chegar o limite de 450 volts. Se resposta for correta o professor lê a próxima pergunta.
Antes de iniciar a experiência o cientista demonstra no professor a potência de um choque em baixa voltagem (45 volts) para que ele (a) tenha a noção da intensidade da punição que pode ser aplicada ao aprendiz. Numa escala de 0 a 100, onde 0 é “sem dor” e 100 é “dor insuportável”, a maioria dos professores classificaram a intensidade do choque como 75. Qualquer choque acima de 300 volts é potencialmente letal para a maioria dos seres humanos.

Durante a experiência o professor acredita que o aprendiz está levando choques elétricos de verdade, mas na realidade não existem choques. O ator na sala ao lado fazendo o papel do aprendiz está instruído a errar algumas perguntas propositalmente e todas as suas reações seguem um script:

#  75 volts: Argh!!!
#  90 volts: Argh!!!
# 105 volts: Argh!!! (Alto)
# 120 volts: Argh!!! Ei, isso machuca muito.
# 135 volts: Argh!!!
# 150 volts: Argh!!! Cientista! Já chega! Me tire daqui. Eu não sabia que sofreria isso. Minha pele está começando a queimar. Me tire daqui, por favor. Me deixe sair.
# 165 volts: (Gritando) Argh!!! Me deixe sair!
# 180 volts: (Gritando) Argh!!! Eu não aguendo mais a dor. Me tire daqui!
# 195 volts: Argh!!! Me tire daqui. Me tire daqui. Minha pele está queimando. Me tire daqui! Você não tem o direito de me manter preso aqui! Me deixe sair! Me deixe sair daqui!
# 210 volts: Argh!! Cientista! Me tire daqui. Já chega. Eu não quero mais participar desta experiência.
# 225 volts: Argh!!!
# 240 volts: Argh!!!
# 255 volts: Argh!!! Me tire daqui, por favor.
# 270 volts: (Berrando) Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Quero sair. Você está me ouvindo? Me tire daqui.
# 285 volts: (Berrando)
# 300 volts: (Berrando) Eu me recuso a responder outra pergunta. Me tire daqui. Você não tem o direito de me prender aqui. Eu quero sair. Me tire daqui.
# 315 volts: (Grito intenso) Eu disse que me recuso a responder outra pergunta. Eu não quero mais participar desta experiência.
# 330 volts: (Grito intenso e prolongado) Me tire daqui. Me tire daqui. Minha pele está queimada. Eu estou dizendo, me tire daqui. (Histericamente) Me tire daqui. Me tire daqui. Você não tem o direito de me prender. Quero sair! Quero sair! Me tire daqui.

            A partir desse ponto o professor acredita que o aprendiz está desacordado ou morto devido aos impulsos elétricos aplicados até agora, pois ele não responde mais as perguntas ou reage aos choques, porém o cientista instruiu o professor para classificar o silêncio como uma resposta errada e continuar aplicando os choques.

# 345-435 volts: (Silêncio)
# 450 volts: (Silêncio)
# 450 volts: (Silêncio)
# 450 volts: (Silêncio)

                Em algum ponto da experiência os participantes, fazendo o papel de professor, começam a questionar o teste, na maioria dos casos quando a potência dos choques chega a 135 volts. Se em algum momento eles decidirem parar de aplicar os choques e checar as condições do aprendiz então o cientista tentará persuadi-lo para continuar usando quatro frases:
 
“Por favor, continue”

Havendo uma 2ª resistência, o cientista dirá:
“É necessário que você continue”

Havendo uma 3ª resistência, o cientista dirá:
“É absolutamente essencial que você continue”

Havendo uma 4ª resistência, o cientista dirá:
“Você não tem escolha. Você deve continuar”

            Se o participante decidir parar depois destas quatro frases de persuasão do cientista então a experiência é terminada, caso contrário, ela continuará até a voltagem máxima de 450 volts a ser aplicada três vezes.
Antes de a experiência ser realizada, Stanley Milgram, fez uma pesquisa com vários mestres em psicologia e pediu que eles tentassem prever o resultado dos testes. Todos eles acreditavam que o percentual de pessoas que aceitariam ir até o final (450 volts) seria de máximo 1%, porém, ao fim dos testes verificou-se que mais da metade (65%) das pessoas foi até o final.
A conclusão de Milgram foi que quando as pessoas estão recebendo ordens e de que alguma maneira sabem que não serão responsabilizadas por seus atos, elas tendem a praticar ações que vão além de seus valores morais. Muitas pessoas testadas confessaram posteriormente que só continuaram porque não se sentiam responsáveis pelos choques dados no aprendiz; na sua concepção o único culpado era o cientista que a estava instruindo a fazer aquilo. Outro padrão de comportamento percebido durante os testes é que as pessoas tendem a questionar menos as ações se o nível de simpatia com a vítima for menor.

            Então vemos que nesta pesquisa ainda somos os mesmos seres que não sabem ou não optam por uma posição mais humana que seria uma tendência natural e esperada de todos! Outros dados interessantes desta pesquisa são:

Em todas as vezes que o experimento foi reproduzido, desde o original em 1963 até o mais recente em 2009, o percentual de mulheres que aceitou ir até o final (73%) sempre foi maior que o percentual de homens (65%).
            Charles Sheridan e Richard King reproduziram o experimento em 1972 usando uma vítima de verdade: um filhote de cachorro. Neste teste todas as mulheres foram até o final, às seis pessoas que desistiram eram todos homens.
            Na última vez que o experimento foi reproduzido, em 2009, pelo canal britânico BBC, a estudante de biologia, Emma, 19 anos, é filmada sorrindo diversas vezes enquanto dava os choques na vítima da experiência.

            Como podemos ver as mulheres estão sujeitas a serem mais cruéis e questionarem menos suas ações! Isto por que ao longo do processo de evolução as mulheres sempre estão sujeitas a obedecerem às ações do grupo. Questionar em muitos casos levaram as mulheres a serem agredidas, mesmo em nossa era atual as mulheres ainda são vitimas de violência doméstica e isso fez com que elas como proteção obedecesse às ordens sem questionar. Já no caso dos homens a figura de um líder tende a ser obedecida mesmo questionando o que está sendo realizado. Há uma frequente crença no homem de que obedecer aos seus lideres visa à proteção e segurança no grupo. Em ambos os casos a vitima é apenas um ser que pode enfraquecer o grupo por isso a importância de se punir o fracasso é vista como algo benéfico para melhoria do grupo.

            Em outra experiência podemos ver um lento, mas notório aspecto de evolução no comportamento humano onde já está introduzida a importância do dinheiro em nossa sociedade, é o:

            Experimento do Aprisionamento de Stanford
 
Este experimento foi um marco no estudo psicológico das reações humanas estando estes em cativeiro. Foi conduzido em 1971, por um time de pesquisadores liderados por Philip Zimbardo. Voluntários faziam os papéis de guardas e prisioneiros, e viviam em uma prisão "simulada". Contudo, o experimento rapidamente ficou fora de controle e foi abortado. Em teoria a proposta era a desindividualização, que argumenta que os indivíduos de um grupo coeso constituindo uma multidão, tendem a perder a sua identidade pessoal, consciência, senso de responsabilidade, alimentando o surgimento de impulsos anti-sociais. Este processo foi analisado pelo experimento realizado no verão de 1971 no porão do Instituto de Psicologia da Universidade de Stanford, em Palo Alto, onde foi fielmente reproduzido o ambiente de uma prisão.
Nesta experiência os grupos foram divididos entre Prisioneiros e Guardas... para encurtar um pouco a história a simulação foi feita com os grupos caracterizados e haveria um pagamento no final da experiência. Com a ajuda da policia local os sorteados como prisioneiros foram presos diretamente em suas casas, foi lido seus direitos e anunciado seus supostos crimes como numa situação real. Os prisioneiros não teriam direito a nenhum privilégio enquanto os guardas poderiam sair ir para casa e voltar como se estivessem mesmo trabalhando em uma prisão. As únicas instruções foram passadas pelo próprio Zimbardo no seguinte discurso:

            "Vocês podem gerar nos prisioneiros sentimentos de tédio, de medo até certo ponto, transmitir-lhes uma noção de arbitrariedade e de que suas vidas são totalmente controladas por nós, pelo sistema, por vocês e por mim, e não terão privacidade alguma... Nós vamos privá-los de sua individualidade de diversas maneiras. De um modo geral, isso fará com que eles se sintam impotentes. Isto é, nesta situação nós vamos ter todo o poder e eles nenhum. - do vídeo "The Stanford Prison Study".

            A situação ficou fora de controle logo no começo!

            Os prisioneiros sofriam, e aceitavam tratamentos humilhantes e sádicos por parte dos guardas, como resultado, começaram a apresentar severos distúrbios emocionais. Após um primeiro dia relativamente sem incidentes, no segundo dia eclodiu uma rebelião. Guardas voluntariaram-se para fazer horas extras e trabalhar em conjunto para resolver o problema, atacando os prisioneiros com extintores de incêndio e sem a supervisão do grupo de pesquisa. Seguidamente, os guardas tentaram dividir os prisioneiros e gerar inimizade entre eles, criando um bloco de celas para "bons" e um bloco de celas para "ruins". Aos prisioneiros foram feitos a proposta de saírem do experimento, mas não receberiam pagamento algum! 

Com isso nenhum deles saiu!

A experiência que foi idealizada para durar 15 dias, mas terminou em 6 dias!

Maiores detalhes vocês podem encontrar na internet sobre todos estes experimentos.

            O que observamos em tudo isso é que o ser humano que se considera tão livre de suas ações não passa de um ser manipulado por ideias e ações que muitos casos podemos comparar com o comportamento de animais.

            O dinheiro faz com que o homem se sujeite a humilhação enquanto o poder o faz trabalhar até mesmo de graça só pelo prazer de humilhar.

            É como acontece na maioria dos crimes reais em nossa sociedade, quase toda violência não passa de ações gratuitas por somente desejar humilhar o outro. Os prisioneiros deste último experimento viam os guardas como sendo pessoas maiores e mais fortes, embora este não fosse o critério para escolher os guardas e mesmo em situação de humilhação o ser humano se sujeita a aceitar, crendo haver uma recompensa no fim de tudo.
           
            É o que acontece com pessoas que se unem em grupos religiosos. Elas aceitam a imposição dos lideres, agem sem total consciência de suas ações e ficam presas a uma suposta recompensa que virá sempre no futuro se forem obedientes.

Também por haver uma promessa de uma recompensa e de uma justiça que não está neste mundo, as pessoas aceitam serem humilhadas, a passarem toda sua vida como empregados em serviços que não lhe trás nenhuma satisfação, mas havendo a recompensa do dinheiro as pessoas se limitam a ser um ser que de certa forma foi à imposição da sociedade que lhe sujeitou a isso.

            Como no caso da pessoa sem muita instrução aceita ter um emprego onde não se exige uma responsabilidade maior, como faxineiro, por exemplo, então a pessoa passa toda sua vida acreditando ser este seu único papel na sociedade.

            Obediência é sempre mais aceita quando as pessoas se vêem em situação melhor, como nossos guardas, ao impor sua autoridade sobre o outro ou como o “professor” no experimento de Milgran, vivemos este ciclo constantemente sem se dar conta que:

            Estamos vivendo em um mundo de paradigmas criados por aqueles que de certa maneira se sentem no direito de agredir o outro, como nossos macacos ou nossos viajantes zombadores.

            Aceitamos as regras impostas mesmo que estas regras possam ferir nossos semelhantes, como na experiência de Milgram.
           
            E vemos independente de sermos ou estarmos em uma situação favorável, alguma vantagem em agir ou até mesmo de não agir quando há uma promessa de se obter alguma vantagem, seja financeira ou vantagem moral, pois de alguma maneira imaginamos haver alguma recompensa no final.

            O titulo de toda essa questão é que há realmente alguma Poderosa Força no Poder?

            Como podemos Dominar nosso próprio desejo sem termos ou estarmos sujeitos a influências externas?

            Bom, a questão é bem simples, porém nosso cérebro não está treinado a viver fora destes padrões sociais e de certa forma animalescos. Somos sim animais, porém cremos que temos algo superior ao nosso ser, ao nosso próprio eu. Temos uma capacidade quase que infinita para sair destes padrões, o que precisamos mesmo é encontrar longe de paradigmas, de ideias impostas e de crenças em recompensas seja elas quais forem, encontrar nosso verdadeiro e real SER!

            Quando você se livrar de ideias como ter uma profissão, ganhar dinheiro, obedecer e seguir a vida dentro da forma que lhe foi imposta seja pela sociedade em que você vive ou por formas e espelhos onde você é apenas reflexo de outro ser, então encontrará o seu verdadeiro eu em suas ações e em seu caráter. O ideal para você dominar seu poder é simplesmente observar o seu querer, se o que você quer é o que você realmente quer então este seu querer é você. Não precisa ofender e nem querer se achar superior aos outros ou se colocar inferior a ninguém, siga seu caminho, continue sua viajem, verifique em suas ações se tudo está em ordem, se os seus pensamentos são realmente os seus pensamentos e não a vontade de alguém ou algum paradigma que você está seguindo, se a ordem que você está colocando em sua vida não compromete e nem ofende ou agride a sua vida ou a do seu semelhante.

            Seja verdadeiro com você mesmo!

            Veja se a humilhação que você está passando não foi causada por você mesmo, ou se as suas vitórias foram suas buscas e sua real direção ou ponto onde você quis chegar, só assim as poderosas forças que você tem te levarão a ter o poder:

            O poder do seu próprio existir!


No link a seguir podemos ver como nossa mente opera e porque aparentemente batalhamos contra a gente mesmo por causa das diferentes formas de trabalho de nosso cérebro:


Vale a pena ver para não sermos macacos, ou apenas obedientes e muito menos vilões ou heróis de uma prisão criada por nós mesmos!


Se de fato zerarmos nossas crenças vamos descobrir que todos nós precisamos saber mais sobre como podemos realmente nos tornar Humanos.


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