segunda-feira, 10 de junho de 2013

O Pré-Conceito em Contra-Adição


            Como vimos em: Pra ser Feliz Vale tudo??? Nossa sociedade caminha em busca de um real conhecimento de si mesma e nisso o conhecimento de quem somos tem sido promulgados por todos como a luta contra os chamados preconceitos onde o que é realmente importante é ser feliz. Se você não matar, não roubar e seus atos só atingirem somente a ti mesmo qualquer forma de ser tem sido validada, como se o contrario é uma ação pré-conceituosa, mas quem é que nasce com todos os conceitos já formados?

            A revolução industrial tornou o ser humano também um ser pré-produzido onde a forma de ser livre e desatinada se tornou a fórmula da felicidade, as pessoas estão bebendo cada vez mais, fumando, usando drogas e isso se tornou o sinônimo do direito de livre expressão, de liberdade de ser e de pensamento, enquanto todos estão lutando por seus direitos parece que todos se esquecem do principal: As obrigações!

            Tivemos uma grande comoção mundial no inicio dos anos 90 com os Shows sobre os direitos Humanos e as pessoas sem um conhecimento mais culto sobre o que é realmente direito saíram exigindo seus “direitos” sem se dar conta da verdadeira intenção da declaração Universal dos Direitos Humanos estabelecida pela ONU em 1948 logo após a segunda guerra mundial criada em grande parte para garantir que toda a humanidade tivesse um código de conduta em comum para todos os humanos, e que as barbáries do passado fossem consideradas crimes contra o direito da própria existência do ser.
 
            Na verdade estes códigos foram estabelecidos outras vezes ao longo da história da humanidade, desde 539 a.C. o cilindro de Ciro, encontrado na Pérsia, é tido como o mais antigo registro de uma declaração dos direitos Universais da Humanidade.



            O que foi perdido ao longo da história, foi que em todas as vezes que se criaram estas declarações, buscava-se não só garantir os direitos, mas e principalmente estabelecer as obrigações de todos para com todos, em relação ao respeito mútuo e garantir igualdades entre todos independente de raça, credo condição social...

E depois de todos estes esforços vemos uma sociedade comercializando a felicidade!

            As propagandas vendem o tempo todo que a felicidade esta em festas arraigadas de bebidas, as próprias empresas de bebidas promovem grandes festas, Shows e eventos sempre mostrando que ‘o ser feliz’ é aquele que bebe e com isso, este ser está sempre cercado de amigos, se envolvem em grandes conquistas...

            É comum entre os jovens ao verem um amigo “se soltando” questionarem o mesmo se está sobre efeito de álcool ou drogado, como se o ser feliz fosse conquistado por esta via. Parece até que estou falando de moralidade ou exigindo severidade das pessoas... Mas como se podem gerar conceitos sem estabelecer em si uma ordem?

            Como idealizar sem ter ideais?

            É um tanto contraditório achar que sendo de direito o livre pensamento, que o próprio pensamento virá sem se quer se argumentar sobre o que é que estamos pensando!

            Nossa memória genética não trás por si só a informação dos ditames de como somos, temos que descobrir como somos, quem somos e o que nos torna ser assim?

            É sábio que grande parte do que somos é ditado pela sociedade em que vivemos se moramos em outro país assumimos a cultura local, pensamos como a maioria em nossa volta pensa e até nossa memória dos fatos pode ser alterada pela crença em associação com a crença dos outros.

            Antigamente, mas não muito a homossexualidade não era tão comum, porém os ditos homossexuais eram de certa maneira ainda heterossexuais como identificar o seu par como sendo do sexo oposto a sua opção, exemplo: um Homem homossexual tinha em sua maioria, no passado, a identidade feminina enquanto seu parceiro deveria ter a identidade masculina, o mesmo ocorria na homossexualidade feminina, onde uma fazia o par masculino.

            Hoje em dia até mesmo esta identidade cultural tem se perdido!

            A humanidade em nome dos “direitos” e sem conceito tem gerado uma geração sem identidade, feita de ídolos da “moda” roupas da moda, músicas da moda... Quando que a moda na verdade não significa ter algo de bom gosto, ou melhor, e nem pior. Moda quer dizer atual, ou seja: Atualmente se consome estas roupas, se houve estas músicas... O que não vem a dizer que isto seja melhor  ou pior do que o que se tinha antes, é simplesmente o atual.

            Estamos com isso caminhando não no sentido de evolução, mas no caminho da contra-adição de valores sejam eles quais forem, estamos apenas seguindo a corrente como se a corrente ou o fluxo nos levasse para o melhor lugar, quando na verdade todo fluxo sempre vai para baixo!
           
            Para não agir com preconceito as pessoas tem agido sem a busca de um real conceito, frases curtas e populares são usadas por todos como se estas frases fossem carregadas de sabedoria e imutáveis, como dizer que o importante mesmo é ser feliz! Será que já temos um conceito totalizado do que é felicidade?

            Os antigos filósofos sempre se questionaram sobre a felicidade. Platão chegou a acreditar que o caminho ideal para a felicidade seria viver em uma sociedade onde os casamentos seriam coletivos e os filhos seriam como um bem comum a todos! É claro que este conceito nunca chegou a produzir uma sociedade melhor, mais justa e feliz, pois se assim promovesse o modelo que se segue hoje teria sido derrotado já há muito tempo.

            Em 1954, o psicólogo americano James Olds, ao realizar experiências em ratos, para estudar o "estado de alerta, colocou, por engano, os eletrodos em uma área profunda do cérebro destes tida como responsável pelas reações emocionais.

Os referidos elétrodos estavam conectados, através de fios, a uma alavanca que permitia, ao animal já devidamente treinado, acioná-la, sempre que desejasse.

Então, Olds verificou que os roedores passaram a acionar o dispositivo freneticamente, como se da estimulação cerebral resultante, lhe adviesse uma imensa satisfação, repetindo a experiência com outros ratos, resultados idênticos foram obtidos, sendo que alguns chegavam a acionar a alavanca  de 4 a 5 mil vezes no período de uma hora.

E o prazer que obtinham devia ser de tal intensidade, que nem a fome e nem estímulos dolorosos conseguiam interromper o processo. Eles somente paravam de se auto estimular quando vencidos pela exaustão.

Olds havia descoberto as áreas cerebrais responsáveis pela sensação de recompensa!

            Isso nos trás a seguinte questão:

            O ser humano livre de qualquer conceito ao receber um estimulo que supostamente lhe cause satisfação passa então a ser dominado pelo desejo de satisfação e isso torna o ser preso a viver de acordo com estímulos externos, sem a apreciação de sua própria razão, o que faz com que o ser passe a viver em função dos estímulos mesmo que estes estejam de certa forma contrária as suas necessidades biológicas, como comer, beber, reproduzir...

Por isso, ao agir em função de suas emoções o ser perde aos poucos a necessidade de conceituá-las, é o que acontece quando um homem, por exemplo, diante de outro homem sexualmente atraente é totalmente compreensivo sentir alguma emoção, que não implica em vir a ser homossexual, mas o ser que vive em função dos estímulos passa a questionar se é valido viver esse estimulo e como nada em seu conceito implica-o em se proibir, de vivenciar este estimulo, já que em seus conceitos, pré-moldados pela sociedade lhe dizem: “pra ser feliz vale tudo” se libera o ser de uma razão conceituada, este pode ir então a buscar vivenciar este prazer!

Por tudo isso a derrota dos preconceitos leva a contradição de se adquirir um verdadeiro conceito, passamos então pelo conflito de viver as emoções ou lutar pelos ditames das velhas razões.
É preciso entender que: seja qual for o estimulo do prazer que lhe preencha as emoções, ao vivenciá-las sempre teremos satisfação, sempre. Nós podemos até sermos cruéis para com os outros se a crueldade lhe proporcionar prazer como no caso do sadismo ou do masoquismo, isso leva o ser a ultrapassar os limites de sua própria sanidade, como ratos que mesmo com suas necessidades biológicas para suprir, a vontade de viver passa então a dar mais importância ao prazer do que a própria existência. O ser humano é uma das maquinas mais livres de toda história da evolução da vida, não precisamos fugir de grandes predadores já que o maior predador somos nós mesmos, somos auto-curáveis, pois produzimos nossa cura até de maneira artificial ao manipular a ciência para produzir a própria cura, não precisamos estar ciente de tudo que nos cerca, já que cada um ao realizar uma determinada tarefa dentro da sociedade, pode empenhar um pequeno papel na construção dessa complexa modernidade, com isso empenhamos nossa razão apenas nas construções de bens ou para funções dentro de nossa sociedade, mas sobre nós mesmos somos seres confusos e difusos em nossas conclusões, copiamos argumentos sem pesá-los dentro de uma conceituação profunda e assim vivemos na superfície da razão e escravos da emoção.

Há conceitos que são perenes e outros até maleáveis, mas somos nós que na busca de viver sobre o caminho de nossos verdadeiros desejos precisamos encontrar e até frear nossas emoções, para que possamos construir com esta nossa felicidade! Nenhum ser humano foi capaz de voar só pela emoção, foi preciso usar a razão para depois viver a emoção de voar, portanto procure conceituar melhor seus desejos para a adição daquilo que realmente lhe fará feliz.
             

            

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Pra Ser Feliz Vale Tudo???

Cada individuo tem o seu próprio conceito de Felicidade, embora em maior parte a felicidade está envolta de um senso comum, como ter saúde, riqueza, bom emprego, boas relações...

            A felicidade era uma das principais matérias de estudo de muitos antigos filósofos e com o objetivo de chegar a um senso que seja compreendido e satisfatório para todos, foram desenvolvidas as questões como a ética, a moral e o chamado bons costumes. Nossa sociedade atual tem brigado e muito com estes valores que por terem estado “inertes no desenvolvimento humano”, estes valores saíram do paradigma para serem vistos como tabus:
            Proibição convencional imposta por tradição ou costume a certos atos, modos de vestir, temas, palavras, etc., tidos como impuros, e que não pode ser violado, sob pena de reprovação e perseguição social.

            Muitas vezes estes tabus estão presentes na religiosidade e o não cumprimento destes pode levar o individuo ao castigo sobrenatural, a perda da alma, do julgamento eterno e ao desagrado de Deus!

            Por termos passado pelo domínio da igreja católica, com o fim do Império Romano, a Igreja era a única instituição organizada, nos novos reinos que estavam se formando na Europa Ocidental. Com os ensinamentos da Igreja, as novas civilizações se preocupavam muito com a religião e a salvação de suas almas.

A Igreja era a detentora do saber, os livros pertenciam ao clero e ficavam confinados nas bibliotecas das igrejas, com uso exclusivo de seus membros. O ensino era voltado principalmente às doutrinas da própria religião.

Mas o poder da Igreja não se limitava à religião. Na idade média quando predominava o feudalismo, onde a terra era o maior bem que se possuía, a Igreja era a detentora de grande parte das terras, que eram doadas por aqueles que queriam se liberta da condenação divina, por isso, a Igreja sem dúvida era a instituição mais poderosa e respeitada neste período. Seu poder se confundia com o poder dos reis, uma vez que ela tinha o domínio político, econômico e cultural. Porém a convivência desses nem sempre foi pacífica, os atritos eram freqüentes.

Os reis respeitavam o poder da Igreja, essa por sua vez, dependia deles para sua proteção, assim o lado primordial dos valores obtidos do passado ficaram adormecidos e ligados apenas ao domínio sem a obtenção máxima do entendimento lógico, do propósito filosófico da própria relação do homem em sociedade, e somente pela religião era a única forma de se obter a felicidade.

Com o desenvolvimento da revolução Industrial e a descoberta de novas terras, o mundo ficou grande para tão pouca gente presente no inicio dessa nova era, e com o uso de mão de obra escravizada que vieram a surgir para suprir as necessidades de produção, as divisões sociais por classes ficaram latentes, enquanto isso novos líderes surgiram como ditadores do controle do desenvolvimento e comandantes da distribuição de riquezas, em meio a tudo isso veio à necessidade de conhecimento e com o conhecimento veio à visão do que realmente estava ocorrendo com o mundo!

As pessoas começaram a perceber que eram controladas, escravizadas seja por diferença de classes ou de raças e começou uma nova era, onde a liberdade se tornou o maior desejo da humanidade, com isso tanto à religião quanto as ditaduras impostas por lideres controladores das massas ruíram e toda uma nova sociedade vem sendo feita a partir de então, novamente a busca da felicidade veio com o propósito de nossa existência, em nome dessa felicidade as pessoas passaram a validar toda e qualquer forma de expressão, de formas de ser e de ter a felicidade. É claro que estamos pulando grande parte de toda história.

Na Grécia antiga o “Desenvolvimento Humano” se deu em grande parte pelos grandes filósofos que relacionaram a Felicidade com a orientação do próprio comportamento humano, para Aristóteles ser bom e agradável era o caminho para as virtudes e para o ser justo e só assim o homem encontrará o caminho para felicidade. Para Sócrates não era só os prazeres do corpo, mas principalmente a alma por meio da conduta justa e virtuosa do homem que se atinge o vigor da felicidade. Antístenes acrescenta que o homem feliz é auto-suficiente. Platão vem acrescentar que todos os seres têm suas funções e ser justo e virtuoso é a função da alma... Para o budismo a felicidade ocorre através da libertação do sofrimento e pela superação do desejo através do treinamento mental. Lao Tse defendeu que a felicidade podia ser atingida tendo, como modelo de nossas ações, a natureza. Já Confúcio enfatizou o disciplinamento das relações sociais como elemento fundamental para se atingir a felicidade... Enfim podemos resumir que a felicidade é um conjunto de ações justas e de conhecimento claro e profundo das virtudes, não apenas como sendo algo bom, mas cientificamente necessária para o bem estar do ser humano.

E o que são Virtudes?

Podemos dizer que as virtudes são a lógica do bem, a forma que usamos para designar aquilo que em suma é bom para todos dentro de uma sociedade. As virtudes são estes valores empregados no próprio caráter do ser, porém em nossa sociedade atual o individualismo veio com a ideia de que cada um é o responsável por sua própria felicidade, sendo assim, cada um parte para ações diferentes com um modo de se destacar da maioria e conseguir com isso sua felicidade. O que leva os seres a se desvincular dos bons valores e tratar este como sendo uma característica própria de cada um, sem notar que a lógica de seguir estes valores é inerente a todos... Eu Pessoalmente dizia que se você “mente” (de mentir) sua vida se torna uma mentira, hoje vejo que quando uma pessoa mente, ela prejudica não só a si mesmo como todo o curso da sociedade ao seu redor que torna seu comportamento como base para construção de novos argumentos.

Podemos ver isso mais claramente na política.

Sabemos já de antemão que certos políticos são mentirosos e estão envoltos em atitudes corruptas, mas a sociedade sem se importar com os reais valores que devem acompanhar as funções políticas, os elegem por ver que de certa forma haverá alguma vantagem mesmo que haja um prejuízo aos cofres públicos. Vemos hoje em nossa sociedade pessoas completamente perdidas em idéias sem um conhecimento profundo das virtudes, tratam estas como tabus, e seguem procurando apenas a satisfação física, a aquisição de bens e estabilidade econômica como o meio de se conseguir a felicidade, porém este modelo vem gerando uma geração completamente desnorteada de princípios, pessoas que mal se conhecem e já se relacionam fisicamente, estamos vendo hoje uma sociedade cada vez mais doente e traumatizada com suas próprias ações, vemos atitudes que beiram a completa insanidade misturada com as paixões humanas como jovens que saem atirando em uma escola, violência gratuita seja por algum motivo ou apenas um olhar.

A Felicidade a qualquer custo parece ter sucesso para maioria!

Mas a felicidade tem mostrado que não é o vagar do coração e nem deixar que qualquer coisa aconteça seja por aproximação ou desejo que leva o ser humano a ser feliz. Vemos jovens buscando nas drogas e no álcool uma forma de se liberar, as músicas já não expressão mais a busca por sentimentos. As igrejas novamente surgem como forma de salvar a humanidade do vazio, a busca do amor ainda esta latente em cada ser.

A felicidade não veio com a liberdade, o que gerou foi uma geração perdida que se questiona até sobre sua própria sexualidade!

Assim como temos que estudar para aprender uma profissão, precisamos estudar nossos próprios sentimentos, nem toda emoção é valida para nos guiar e nem tudo que pensamos pode ser o certo logo nos primeiros pensamentos, (eu mesmo estou refazendo todos os meus textos publicados aqui no blog, meu conhecimento tem avançado à medida que escrevo e com isso novas formas de pensar vêm surgindo) é preciso uma analise profunda do que sentimos e do que pensamos, pois a felicidade não vem pronta para servir cada um de nós, não existe uma pessoa que seja a certa para ser nosso companheiro na felicidade e sim aquele que deseja como nós ser feliz de uma maneira mais aproximada do que nós desejamos.

A vida é como o Oceano, imenso e vasto e se deixamos nos levar pela maré corremos o risco de desembarcar em um lugar que não desejamos, precisamos assumir o controle das velas, segurar firme no leme, olhar para as estrelas e saber em que posição nós estamos para seguir no caminho que realmente desejamos para poder desembarcar onde realmente queremos chegar e só assim podemos estar na praia que realmente queremos estar.

A felicidade pode surgir quando, por exemplo, ganhamos um prêmio de loteria, mas não temos como realizar centenas de apostas para garantir chances maiores, por isso é preciso postar nossas vidas, não em um jogo de azar, mas num caminho que sabemos que ao fim não é só pela sorte que podemos esperar, assim como passamos tanto tempo estudando para ter uma profissão, precisamos passar mais tempo conosco mesmo, sem deixar vagas nossas escolhas e sim escolher nosso caminho, pois o porto que queremos desembarcar é o porto da felicidade, se dançar te faz feliz você precisa cuidar do corpo para dançar, mas se fumar te faz feliz seu corpo será agredido e você não vai poder dançar com vigor e saúde; se pilotar um avião, um carro, uma moto te faz feliz você precisa estar concentrado e ser responsável na direção, mas se beber também te faz feliz, você não terá 100% de sobriedade para dirigir!

 Então escolha o que é mais importante para sua felicidade e saiba que se para ser feliz vale tudo então escolha até mesmo ser diferente de agora em diante, do modo que você vem conduzindo sua vida e só assim não se sentirá vazio, pois a tua felicidade esta ai dentro de você como um leme te guiando ao porto que você escolheu e sua nau é você mesmo.




quinta-feira, 30 de maio de 2013

O Campo das Formas

De: Maria Cecile Azambuja
Jornalista

            No século XIX, Charles Darwin revolucionou a ciência com suas teorias a respeito da evolução das espécies. No século seguinte, outro inglês, Rupert Sheldrake, também causou polêmica no meio científico. Suas teorias são consideradas revolucionárias porque abalam as verdades já estabelecidas sobre a origem das espécies. Apesar de parecerem muito complicadas elas podem ser resumidas de uma maneira bem simples: a natureza tem memória.

            Como todo grande cientista, Rupert Sheldrake sempre foi um observador da natureza. Descobriu muito cedo que ela está a todo o momento produzindo pistas que podem nos levar a novas respostas sobre o mistério da criação. A primeira grande "revelação" aconteceu quando tinha menos de cinco anos de idade. Ele observava um galho que brotava de uma estaca de madeira que parecia estar morta. Ficou fascinado com a capacidade de renascimento da planta e começou a tentar compreender o mistério que se esconde nos processos de morte e de regeneração sempre presentes na natureza.

            Depois de muitos anos de estudo e pesquisa chegou à conclusão de que a chave desse mistério estaria numa espécie de memória: uma memória coletiva e inconsciente que faz com que formas e hábitos sejam transmitidos de geração para geração. Sheldrake chamou essa memória coletiva de campo mórfico. Esse campo seria uma região de influência que atua dentro e em torno de todo organismo vivo. Algo parecido com o campo eletromagnético que existe em volta dos imãs.

            Para o cientista, cada grupo de animais, plantas, pássaros etc. estão cercados por uma espécie de campo invisível que contém uma memória e que sugere que as leis da natureza são como hábitos. Cada animal usa a memória de todos os outros animais da sua espécie. Esses campos são o meio pelo qual os hábitos de cada espécie se formam se mantém e se repetem. Os seres humanos também têm uma memória comum. É o que Jung chamou de inconsciente coletivo.

            A existência dos campos mórficos pode ser demonstrada de várias maneiras.

            Sheldrake já realizou várias pesquisas para provar que o corpo possui um campo mórfico e quando se perde uma parte desse corpo, o campo permanece, um exemplo, uma das experiências que fez: uma pessoa que não tem parte do braço age como se estivesse empurrando o membro fantasma através de uma tela fina. Do outro lado da tela, outra pessoa tenta tocar o braço fantasma. De acordo com Sheldrake, as duas pessoas envolvidas na experiência são capazes de sentir o toque. É uma prova de que alguma coisa do braço ainda existe concretamente e não apenas no cérebro da pessoa que o perdeu.

            Os campos mórficos também se aplicam àquela sensação que a maioria das pessoas tem quando sente que está sendo observada por trás. A pessoa se vira e comprova que alguém realmente a estava observando.

            A respeito da teoria da memória coletiva, Sheldrake lança uma luz sobre a questão da existência de vidas passadas. Ele diz que às vezes as pessoas podem entrar em sintonia com as memórias de outra pessoa que existiu no passado. O que não significa que elas foram realmente àquelas pessoas, mas que se teve acesso à memória dela.

            A aplicação prática mais importante dos campos mórficos pode estar na educação. Sheldrake garante que os seres humanos aprendem com mais facilidade o que os outros aprenderam antes. Esse fenômeno é muito comum entre os químicos. Quando um deles tenta cristalizar um novo composto leva muito tempo para conseguir um bom resultado. Mas a partir desse momento em outros lugares do mundo muitos outros químicos conseguem cristalizar o mesmo composto num tempo muito mais curto. A experiência mais fácil de compreender é a que foi feita numa universidade inglesa. Alguns pesquisadores conseguiram provar que as palavras cruzadas dos jornais são muito mais fáceis de resolver quando feitas no dia seguinte à publicação original.

            Mas além de um grande bioquímico, Sheldrake também pode ser considerado um filósofo. Ele defende a idéia de que temos de nos responsabilizar não só pelos nossos atos e palavras. Precisamos também tomar muito cuidado com os nossos pensamentos, pois estes interferem no meio ambiente e podem ter conseqüências em lugares muito distantes. 

            Veja este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=BJkXlZJfyRw

           
            Para entender de forma mais aplicada leia o meu artigo: Espírito Santo! O que é? E onde ele está?
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